sábado, 14 de janeiro de 2012

TEIMOSO BBB

             As atenções retornam ao Big Brother Brasil, outra vez na tela da Globo.
            Mesmo celebrando a respeitável marca de 12 edições, o “reality show” segue provocando controvérsia quanto à sua aceitação.
            Execrado por uns, admirado por outros, o programa, ao longo de sua trajetória, tem registrado bons índices de audiência, maiores que os de seus concorrentes. O que se deve, entre outros fatores, ao seu melhor acabamento, à escolha de cenários, participantes e situações mais parecidas com o cotidiano, além de sua enorme capacidade de insinuar sexo e orgias.
            Mas isso não significa qualidade e aprovação. Sílvio Santos, Gugu Liberato, Faustão e Ratinho também têm boas marcas no Ibope.
            Em uma de suas crônicas de 2006, publicada neste jornal, o saudoso Valdécio Pena sentenciou que o BBB “mostra somente a ignorância de nossa população”, lembrando que “na Inglaterra tentou-se fazer um BB somente com gente inteligente, e isso não deu certo”. Rigoroso em sua análise, acrescentou que “tal projeto é para país tupiniquim, em que o cidadão vota para eliminar um idiota ou uma bobona qualquer, mas não se lembra em quem votou nas últimas eleições”.
            De fato, o BBB deixa muito a desejar.
           Carente de conteúdo cultural, exibe apenas um quadro nebuloso, em que o nada se soma a coisa nenhuma.
           Situações bizarras denotam a vulgaridade no relacionamento de participantes medíocres, dispostos a uma submissão excêntrica e não raro humilhante, em busca do prêmio oferecido.
            Dizer que isso é comum aos ”reality shows” seria uma inverdade. No gênero há espaço para competições de toda espécie, inclusive aquelas em que a seriedade e a ausência de apelações não comprometem a boa audiência.
            São programas que se concentram em imagens de eventos ou de situações reais, não possuindo roteiros nem atores pagos. Tornam-se assim mais baratos, razão pela qual as redes de televisão estão cada vez mais empenhadas na sua produção.
            A qualidade existe e vem sendo aprimorada, dada a crescente concorrência.
            Quanto ao BBB, é pena que o formato atual só alcance os participantes do programa. Em ano eleitoral teria grande utilidade pública, caso o “paredão” fosse reservado aos maus políticos que envergonham nossas instituições e que seriam eliminados em cada votação.
            Talvez assim Valdécio mudasse de opinião e pudesse descansar em paz.
           

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