Nas solenidades de casamento, mães, madrinhas e até convidadas evitam roupas brancas, para não ofuscarem a noiva e seu vestido.
Parece bobagem, mas faz parte da etiqueta.
A preocupação é privilegiar a figura mais importante do acontecimento, que não gosta de dividir a atenção com outra mulher.
A posse de Dilma Rousseff não se confundiu com uma boda, tampouco a presidente estava vestida de noiva. Mas o momento era importantíssimo, solene, reservado para ela. O resto seria secundário.
Dilma comportou-se de forma irrepreensível. Dominou a situação, com elegância e segurança. Nos pronunciamentos, no desfile em carro aberto, na rampa palaciana, no recebimento da faixa presidencial, nos cumprimentos, enfim, em todos os instantes teve postura de estadista. Soube valorizar os acontecimentos.
O script foi executado à risca.
No palco, entretanto, uma cadeira permaneceu vaga.
A filha única da presidente, Paula Rousseff, com classe e personalidade, desfilou e se manteve ao lado da mãe, em várias oportunidades. Ainda assim, não conseguiu compensar a ausência do “primeiro-damo”. Na falta dele, as atenções se voltaram para a vice-primeira-dama.
E Marcela, esposa do vice-presidente Michel Temer, irrompeu como um furacão na Esplanada dos Ministérios. Bela, charmosa, bem vestida, monopolizou os olhares, causando frisson e despertando a curiosidade dos que assistiam ao ato. Transformou-se na atração maior, arrasando num cenário onde Eloá Quadros, Iolanda Costa e Silva, Lucy Geisel, Marly Sarney, Ruth Cardoso, Marisa Letícia e outras ex-primeiras damas – todas de grande beleza interior – não fizeram tanto sucesso.
Alvo de comparações que vão de Lady Di a Carla Bruni, Marcela é vista por seu marido como “uma mulher discretíssima”. Está agora longe dos holofotes, somando energias para as muitas refregas em que deverá se envolver, nos próximos quatro anos.
A companheira de Michel Temer de fato roubou a cena naquela ocasião. Foi a mulher de branco no altar da Dilma. Mostrou ter predicados para glamourizar o novo governo.
Faz lembrar 1961, ano em que João Goulart, antes de assumir o lugar de Jânio Quadros, era tão vice quanto Michel Temer. E sua mulher, Maria Teresa, jovem e bonita como Marcela.
Que as barbas fiquem de molho!