Encerrou-se o ciclo festivo que
tradicionalmente movimenta o país, nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro.
Foram quase noventa dias de abundantes negócios, grandes eventos e muitas
viagens, aquecendo a economia e fazendo a alegria dos que tiveram condições de
criar e aproveitar oportunidades. Agora é aguardar nove longos meses de
entressafra, para que outra temporada natalina, nova virada de ano e mais um
carnaval voltem a agitar.
Até lá, entretanto, não faltarão
ingredientes para municiar a agenda do brasileiro, a começar pelo sempre
complexo acerto de contas com o “Leão”, que deverá acontecer até final de
abril. Ainda bem que antes (29/03) haverá o feriadão da Semana Santa, para novo
alívio dos avessos à dureza.
Cumprir o cronograma de execução das
obras exigidas pela Copa das Confederações, Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas
de 2016 continuaria sendo o grande desafio que o governo tem pela frente. Mas
as pressões inflacionárias, o descontrole dos gastos públicos, a oscilação
cambial, a retração industrial, as crises internacionais, os desequilíbrios da
balança comercial, a necessidade de investimentos sustentáveis e a melhoria dos
serviços públicos, afora outros, sãofatores que também poderão acarretar
medidas de impacto.
No campo político, a corrida em
direção do Palácio do Planalto e aos governos estaduais já acontece, prometendo
surpresas e fortes emoções. Para se ter idéia, há analistas políticos dando
como certo o cenário em que Dilma Rousseff, Aécio Neves e Eduardo Campos seriam
os principais concorrentes à presidência da República. Os mais videntes, porém,
enxergam a hipótese de o senador mineiro preferir lutar por um retorno ao
Palácio Tiradentes, evitando que a oposição se divida num hoje inglório
confronto com a presidente Dilma.
Outra grande expectativa, capaz de
alimentar os ânimos, permanecerá em torno da prisão dos mensaleiros condenados
pelo Supremo Tribunal Federal, particularmente os que continuam exercendo
mandatos na Câmara Federal. Na mesma linha de cobranças, estarão o tratamento a
ser dado a Carlinhos Cachoeira e os desdobramentos do “Escândalo Rose”, que
muitos implicados tentam abafar.
Tudo indica, no entanto, que a maior
atração do período ficará por conta da Copa das Confederações, que acontecerá
no Brasil, entre 15 e 30 de junho próximo.
Nada melhor que o esporte, para
absorver a atenção nacional, sobretudo quando a disputa inclui o time
canarinho. Na fase preparatória, os membros da equipe continuam rigorosamente
fashions, sob nova direção dos velhos Felipão e Parreira. Exibem o que há de
mais moderno em termos de uniformes, chuteiras, penteados e tatuagens, além de
grande talento como garotos-propaganda. Quanto a futebol, resta esperar pelo
que apresentarão no torneio, sem muito otimismo.
A agenda intermediária promete.
Muitas surpresas poderão vir à tona, no tempo equivalente ao de uma gestação
humana. Quem sabe, uma boa redução na carga tributária; um justo aumento para
os aposentados; uma vitória do Felipe Massa; o fim do Big Brother; uma
maracutáia de que Lula admita conhecimento; um Papa brasileiro ou o efeito
prático do abaixo-assinado disponível na internet, defendendo o “abaixo Renan
Calheiros”. Prêmios improváveis, mas não impossíveis!