segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

AGENDA DE ENTRESSAFRA

          Encerrou-se o ciclo festivo que tradicionalmente movimenta o país, nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro. Foram quase noventa dias de abundantes negócios, grandes eventos e muitas viagens, aquecendo a economia e fazendo a alegria dos que tiveram condições de criar e aproveitar oportunidades. Agora é aguardar nove longos meses de entressafra, para que outra temporada natalina, nova virada de ano e mais um carnaval voltem a agitar.
          Até lá, entretanto, não faltarão ingredientes para municiar a agenda do brasileiro, a começar pelo sempre complexo acerto de contas com o “Leão”, que deverá acontecer até final de abril. Ainda bem que antes (29/03) haverá o feriadão da Semana Santa, para novo alívio dos avessos à dureza.
          Cumprir o cronograma de execução das obras exigidas pela Copa das Confederações, Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016 continuaria sendo o grande desafio que o governo tem pela frente. Mas as pressões inflacionárias, o descontrole dos gastos públicos, a oscilação cambial, a retração industrial, as crises internacionais, os desequilíbrios da balança comercial, a necessidade de investimentos sustentáveis e a melhoria dos serviços públicos, afora outros, sãofatores que também poderão acarretar medidas de impacto.
          No campo político, a corrida em direção do Palácio do Planalto e aos governos estaduais já acontece, prometendo surpresas e fortes emoções. Para se ter idéia, há analistas políticos dando como certo o cenário em que Dilma Rousseff, Aécio Neves e Eduardo Campos seriam os principais concorrentes à presidência da República. Os mais videntes, porém, enxergam a hipótese de o senador mineiro preferir lutar por um retorno ao Palácio Tiradentes, evitando que a oposição se divida num hoje inglório confronto com a presidente Dilma.
          Outra grande expectativa, capaz de alimentar os ânimos, permanecerá em torno da prisão dos mensaleiros condenados pelo Supremo Tribunal Federal, particularmente os que continuam exercendo mandatos na Câmara Federal. Na mesma linha de cobranças, estarão o tratamento a ser dado a Carlinhos Cachoeira e os desdobramentos do “Escândalo Rose”, que muitos implicados tentam abafar.
          Tudo indica, no entanto, que a maior atração do período ficará por conta da Copa das Confederações, que acontecerá no Brasil, entre 15 e 30 de junho próximo.
          Nada melhor que o esporte, para absorver a atenção nacional, sobretudo quando a disputa inclui o time canarinho. Na fase preparatória, os membros da equipe continuam rigorosamente fashions, sob nova direção dos velhos Felipão e Parreira. Exibem o que há de mais moderno em termos de uniformes, chuteiras, penteados e tatuagens, além de grande talento como garotos-propaganda. Quanto a futebol, resta esperar pelo que apresentarão no torneio, sem muito otimismo.
          A agenda intermediária promete. Muitas surpresas poderão vir à tona, no tempo equivalente ao de uma gestação humana. Quem sabe, uma boa redução na carga tributária; um justo aumento para os aposentados; uma vitória do Felipe Massa; o fim do Big Brother; uma maracutáia de que Lula admita conhecimento; um Papa brasileiro ou o efeito prático do abaixo-assinado disponível na internet, defendendo o “abaixo Renan Calheiros”. Prêmios improváveis, mas não impossíveis!