domingo, 22 de maio de 2011

HAJA ESPERANÇA!

             A centenária Pouso Alegre está provocando inveja em muita gente.
Referência em saúde e comércio no sul de Minas, o município acaba de ser contemplado com a promessa de um grande empreendimento industrial.
A metalúrgica chinesa Xuzhou Construction Machinery Group (XCMG) anunciou, na última terça feira (17), que ali vai investir R$ 334 milhões na instalação de uma unidade fabril. Protocolo de intenções nesse sentido foi assinado entre representantes da empresa e o governo de Minas.  A iniciativa vai gerar 600 empregos diretos e cerca de cinco mil indiretos.
A fórmula utilizada é tão antiga quanto receita de cachorro quente. Nada mais que uma ação conjunta onde o município doa o terreno e reduz tributos, o estado concede incentivos fiscais e o investidor entra com a grana.
Vista assim, qualquer localidade poderia repetir a façanha.
Só que, para chegar ao ponto simplificado, é preciso que o município tenha administradores de visão, estrutura e boa política de incentivo a investimentos.
Deve, também, dispor de profissionais aptos a identificar e correr atrás das melhores oportunidades.
Não menos importante é contar com lideranças e políticos de peso, dispostos a brigar pelos interesses locais, em quaisquer esferas.
Acrescente-se a vantagem de bom relacionamento com os governos estadual e federal, que, em muitos casos, pelo maior prestígio e poder de barganha, acabam sendo os principais aliados.
O resto é fácil.
A decisão da XCMG tem o mérito de confirmar que os investidores asiáticos permanecem interessados no mercado brasileiro, particularmente o de Minas Gerais. Estão assim abertos ao assédio de outros municípios.
Boa opção para Valadares, que tem muito a oferecer e está ávida por  um empreendimento de vulto.
Difícil será gerar um diferencial capaz estimular o interesse do executivo mineiro. No caso de Pouso Alegre, o governador Anastasia deixou escapar que influiu o fato de ser “a terra das minhas raízes, a terra dos meus avós”. Se depender disso, o grande investimento local só virá quando um valadarense ou um seu descendente estiver no comando da “Cidade Administrativa”. A essa altura, a sonhada “fada madrinha”, há tempo na menopausa, já estará usando bengala em lugar de varinha mágica. Não dá pra esperar!