Em
termos estaduais a tranqüilidade não se repetiu. Cerca de novecentos acidentes
aconteceram na temporada, causando perto de trinta vítimas fatais.
Também no âmbito
nacional a coisa esteve de mal a pior. Foram mais de 34 mil acidentes e quase
1.500 mortes. Nada menos de 750 autuações e 250 prisões de bebuns que dirigiam
embriagados.
Segundo a Polícia
Rodoviária Federal (PRF), houve expressiva queda no número de mortes nas pistas
federais, em comparação com o mesmo período de 2012. O balanço oficial indica baixas
também no índice de acidentes e na quantidade de feridos.
Mesmo reduzidos, em
relação ao ano passado, os números são altos e inadmissíveis. Na avaliação do
engenheiro civil Silvestre Andrade, mestre na área de transportes, “essa
quantidade de acidentes é uma loucura”.
As autoridades, como de praxe, posam de
inocentes, insinuando que esse quadro catastrófico resulta apenas da negligência,
imperícia ou imprudência, quando não da irresponsabilidade dos motoristas.
Raramente surge alguém com a dignidade de admitir que a situação seja também
conseqüência da precária condição de nossas rodovias, onde predominam o
obsoletismo, a má sinalização, a péssima conservação e uma deficiente
fiscalização. Sem falar no descontrolado aumento da frota de veículos e na falta
de investimentos no setor.
Em reportagem
publicada na última terça-feira (04), o jornal Estado de Minas denuncia a
limitação nos gastos em melhoria das estradas federais em Minas, que, entre
2011 e 2012, ficaram na metade do previsto. Mostra ainda que a redução se
repete em praticamente todo o país.
Enquanto isso, não
faltam recursos para obras supérfluas, para sustento de gigantesca máquina
pública e para alimentar insidiosa corrupção.
No Brasil há o
impostômetro, para a medir a quantidade de tributos pagos até determinado
momento. Criou-se, agora, o sonegômetro, que aponta a média de quanto a nação
está perdendo com a sonegação de impostos.
O jeito será
instituir o acidentômetro e o obtômetro, para saber, em tempo real, a
quantidade de vitimas que alimentam a mórbida estatística dos desastres
rodoviários. Diante deles, pode ser que, ao invés de contabilizar mortos e
feridos, o governo prefira investir em modernidade e segurança. Países
evoluídos agem dessa forma.