Abominadas por uns, ignoradas por outros, mas
prestigiadas pela maioria, as eleições continuam sendo o grande ponto de
convergência da opinião pública.
É a forma democrática
pela qual alguns membros da sociedade são escolhidos para exercerem o poder que
lhes é outorgado pelo povo, através do voto.
Mesmo
nos países onde o voto é facultativo, elas mobilizam as atenções populares,
envolvendo acirradas disputas.
No
Brasil, se repetem a cada dois anos pares, ora para Presidente, Governadores
Deputados e Senadores, ora para Prefeitos e Vereadores. Acontecem no primeiro
domingo de outubro e, havendo segundo turno, no último domingo do mês.
O
voto é facultativo para os analfabetos, os maiores de 70 anos e para os que têm
entre 16 e de 18 anos. Para os demais cidadãos é obrigatório.
A
partir do Século XVI, quando aconteceram no país as primeiras eleições, o corpo
eleitoral sofreu significativas modificações. A principal seria o voto feminino,
admitido a partir de 1932, na Era Vargas, depois de incansáveis lutas pela sua
obtenção. Também significativo foi o direito de votar que os maiores de
dezesseis anos conquistaram em 1988.
O
grande marco contemporâneo, entretanto, foram as eleições diretas realizadas em
1989, após mais de duas décadas de regime militar, época do sufrágio indireto.
Em
termos de comportamento, o processo político que deságua no referendo popular nem
tanto evoluiu. Pelo contrário, parece que retrocedeu em relação às práticas
passadas, quando havia um mínimo de coerência e idealismo no modo de agir dos
candidatos e seus partidos.
Nos
tempos atuais, ninguém percebe que a atividade política só tem razão de ser se
o candidato, no afã de alcançar o poder, demonstrar que pode desenvolver ações
voltadas para o interesse público.
Por
isso, chegada a hora do pleito, muitos pensam em votar em branco, anular voto
ou simplesmente não comparecer. É a forma de se rebelar contra as promessas
enganosas, a incompetência, a falta de idealismo, o fisiologismo, as baixaria e
outras excrescências constatadas durante a campanha eleitoral.
Seria
essa a decisão mais sensata, não fosse o risco de transformar-se naquilo que os
contraventores da vida pública mais desejam. Na omissão dos que podem julgar se
sustenta a vitória dos não merecem, sequer, a chance de concorrer.
As
eleições oferecem preciosa oportunidade de exercer-se a cidadania, e ninguém
deve abdicar a esse direito. A legitimidade do processo político só será
alcançada com a participação de todos.
Além
disso, segundo o célebre filósofo Platão, “o castigo dos bons que não fazem
política é ser governados pelos maus”. Palavras de sábio!