A
reprise mais esperada foi a nossa; demorou 64 anos.
Esse
longo tempo mostra o quanto são privilegiados os brasileiros que acompanharam o
primeiro e estão podendo testemunhar o segundo evento.
No
distante 1950, os torcedores que não tinham condições de frequentar os estádios
se contentavam com “ver o jogo” através do rádio. Locutores como Ary Barroso,
Luiz Mendes, Antônio Cordeiro, Jorge Curi e outros ícones da época conseguiam descrever
e transmitir as emoções das partidas, com a mais absoluta fidelidade. E a galera vibrava, intensamente.
Desde então, bastante
coisa mudou, e como mudou!
Há muito consolidadas
e sempre aperfeiçoadas, as transmissões por TV passaram a permitir que as Copas
fossem vistas, ao vivo e a cores, de qualquer parte do planeta. Além disso, sob
melhores condições de transporte, ficou fácil viajar para assistir aos jogos, onde
quer que estejam sediados.
A cada realização
do evento, surgem inovações e modernidades de todo tipo, tanto em termos de som
e imagem, quanto no tocante a conforto, segurança e mobilidade.
Para a Copa 2014, o
Brasil teve que reformar os velhos e construir novos estádios, observado o
padrão Fifa. Hoje temos 12 arenas do mais alto nível, em condições de receber,
além do futebol e outros esportes, quaisquer tipos de eventos.
Também foram feitas
importantes melhorias no setor hoteleiro, nos meios de transporte, comunicação,
segurança e mais coisas que ainda poderão emergir do balanço final.
Se algumas
promessas deixaram de ser cumpridas, a principal foi honrada: a Copa brasileira
é real e é sucesso.
Desde o seu início,
o Brasil transformou-se numa megafeira internacional, onde pessoas de
diferentes cores, raças, credos e nacionalidades se confraternizam, de forma
alegre e civilizada, em torno do maior acontecimento futebolístico mundial. Tudo
emoldurado por imensas belezas naturais e um clima acolhedor que deixam
encantados os visitantes.
A competição
caminha para um “grand finale” de arrepiar, marcado para o próximo domingo. Com
certeza, haverá choro e ranger de dentes.
Se até agora as
emoções levaram muita gente para o divã, convém que as últimas partidas sejam
assistidas na companhia de um cardiologista competente e sem problemas
cardíacos. Por precaução, também seria bom aumentar o seguro de vida.
Na falta de uma
bola de cristal, é impossível saber quem será o Campeão. O jeito é torcer e
rezar para que sua Seleção não decepcione.
Uma coisa é certa:
o “Troféu da Fifa” será de quem ganhar o jogo. O “Troféu da Copa”, entretanto, símbolo
da simpatia, da hospitalidade e da alegria de um povo que faz a diferença, esse
já tem dono: é do brasileiro, sem discussão.
- Jornal de Domingo