domingo, 30 de outubro de 2011

A VERDADEIRA HERANÇA

                No contexto governamental, quando se fala em herança maldita, a impressão é de que se faz referência a grandes dívidas financeiras, obras inacabadas, estruturas sucateadas, serviços deficientes, desorganização e outros pepinos oriundos da administração anterior.
                De fato, hoje se observa que quase tudo faz parte do espólio recebido por Dilma Rousseff.
                Além de um débito bilionário, o governo Lula deixou, entre outros, graves problemas nas áreas de saúde, educação, transporte, além de uma folha de pagamento das mais onerosas e a responsabilidade pela execução das obras exigidas pela Copa/2014 e a Olimpíada/2016
                Mas isso faz parte do jogo político administrativo e quem se dispõe à condição de sucessor deve estar preparado para encarar dificuldades.
                No caso de Dilma, entretanto, as coisas estão ultrapassando o limite da razoabilidade.
                Mais do que cumprir uma agenda de trabalho própria de qualquer presidente, sua principal tarefa tem sido combater a corrupção que se instalou em sua administração, provocando estragos de toda ordem.
                Antes de completar um ano de mandato, ela já foi obrigada a trocar seis de seus mais importantes ministros, cinco dos quais por razões explícitas de malversação de dinheiro público. Em qualquer país razoavelmente sério, isso seria inadmissível. No mínimo, exigiria uma imediata reforma ministerial ampla, geral e irrestrita.
                O mais preocupante é que todos os ministros mandados pra rua foram herdados de Lula.
                Esta, sim, seria a verdadeira herança maldita.
               Muitos discordam da terminologia, entendendo que Dilma é também responsável. O deputado ACM Neto, por exemplo, disse que “não dá para afastar a responsabilidade e acho até que ela tem uma postura melhor do que Lula. Mas ela era ministra da Casa Civil de Lula, sabia o que estava acontecendo e mesmo assim nomeou os ministros”.
               A esta altura, não adianta discutir o tipo do legado. O importante é que o expurgo dos malfeitores tenha continuidade. Pelo visto, a bola da vez já dá sinais de vida; que sua"matada" não dê Trabalho.