sábado, 12 de maio de 2012

CONTAS E MICOS

           
            Os sites de humor estão cada vez mais espirituosos, criativos e impiedosos. Existem aos montes, produzindo piadas e estórias capazes de pregar peças em qualquer um. Nada lhes passa despercebido, ninguém escapa às suas pegadinhas.
            A divulgação de fotos íntimas da atriz Carolina Dieckmann serve de exemplo. Mesmo antes de as imagens se espalharem pela web, o irreverente “G17” anunciava que “Oscar Niemeyer não resiste às fotos de Carolina Dieckmann e morre no Rio de Janeiro aos 104 anos”. Segundo o noticiário, um desavisado enfermeiro mostrou ao arquiteto os retratos da estrela nua. Gravemente enfermo, ele não suportou e faleceu. Não sem antes balbuciar um derradeiro “pqp!”
 Enquanto durou a brincadeira, a consternação tomou conta dos internautas, sobretudo os tietes de Niemeyer e os avessos à exibição da musa global. Não faltou quem criticasse a atriz, sem saber se ela posou para um ensaio fotográfico estilo retrô ou para um calendário de oficina mecânica. Entre fotos e modelo, não conseguiam eleger o pior.
Mas os espirituosos da mídia não se deram por satisfeitos. O não menos gozador “Sensacionalista” denunciou que, a pedido de Dilma, o Banco Central colocou em circulação notas de real com a frase “Lula seja louvado”, em homenagem ao ex-presidente. Acrescentou que a mudança está sendo feita aos poucos, esperando-se que “até o final do ano, todas as notas estejam com o nome de Lula”.
O experiente deputado federal Roberto Freire (PPS-SP) logo se revoltou, afirmando que “isso é uma ignomínia”. Já na real, pediu desculpas, mas pagou o mico.
Como se vê, qualquer um está sujeito às habilidosas armadilhas. Ainda bem que, embora se confundam com a realidade, acabam desaparecendo, deixando só lembrança das brincadeiras, mesmo as de mau gosto.
Piores são as notícias que seriam cômicas, não fossem trágicas ou absurdas. Caso da Lei nº 12605, recentemente sancionada pela Presidência da República.
 Atropelando a gramática, a norma determina o emprego obrigatório da flexão de gênero para nomear profissão ou grau em diplomas. Trocando em miúdos: por ser mulher, Dilma se consolida presidenta; nada de chamá-la presidente.
Mãe de vários PACs, ela já tinha direito a justas homenagens neste Dia das Mães. Aumentou sua prole, lançando outro PAC – o Programa de Agressão a Camões.
Talvez isso não lhe garanta algo mais, tipo “Obrigado Mamãe”, na voz de um famoso cantor português. Mas o desejo de afagá-la poderá traduzir-se no “Ai se eu te pego”, hit do Michel Teló. Questão de oportunidade.