A
violência não é problema incomum, tampouco exclusividade de qualquer nação.
Pelo contrário, é mal genérico e banal.
Com maior ou menor intensidade, acontece no mundo inteiro.
No Brasil,
se alastrou de tal forma, que ficou endêmica e fora de controle. Cada vez mais pavorosos,
os índices crescem com
incrível velocidade, como se nada fosse capaz de interceptar seus formadores.
Nos
quatro cantos do país a insegurança e o medo tomam conta da sociedade.
Mulheres, idosos e crianças são as maiores vítimas.
A mídia
despeja uma enxurrada diária de notícias sobre roubos, assassinatos, sequestros,
estupros e outros delitos. Crimes das mais diferentes naturezas acontecem com
impressionante frequência.
Repetindo
John Lennon, "Vivemos num mundo onde temos que nos esconder para fazer
amor, enquanto a violência é praticada à luz do dia". Nossa Constituição diz
que a segurança pública é dever do Estado, mas deve ser compromisso de todos. Sob
esse fundamento, fica claro que o êxito do combate à violência depende de mútua
colaboração entre a sociedade e as forças oficiais.
Igual
entendimento foi demonstrado pelo papa Bento XVI, no encerramento da 81ª da
Assembleia Geral da Interpol (nov/2012). Naquela ocasião, Sua Santidade
defendeu que "combater a violência é um compromisso que deve envolver não
só as instituições e organismos, mas a sociedade como um todo, incluindo as
entidades religiosas. Cada um tem a sua parcela específica de responsabilidade
por um futuro de justiça e de paz".
Trocando
em miúdos, na luta contra a brutalidade não bastam uma polícia de boa qualidade
e um judiciário competente. Impõem-se também investimentos na saúde, educação,
transporte habitação e outros serviços públicos, além de mais justa
distribuição de renda e medidas geradoras de empregos. Exige sobretudo forte
mudança nas políticas públicas e maior participação da comunidade nos debates e
equacionamento do problema.
Dados do
“Mapa da Violência 2013: Homicídios e Juventude no Brasil” deixam Minas em
posição desconfortável entre os estados do Sudeste. Foi o único a registrar
aumento no número de crimes. Ainda assim, o governo mineiro tem dado provas de
que o combate ao mal está entre suas metas. Independentemente do que vem sendo
feito em outras áreas do estado, Governador Valadares é bom exemplo dessa
conduta.
Desde
novembro de 2011, a cidade conta com o Programa Olho Vivo, que instalou 54
câmeras de videomonitoramento para diminuir o índice de delinquência. Tudo
graças a uma profícua parceria entre a Prefeitura e o governo do Estado. O
resultado foi uma queda superior a 50% no número de crimes violentos
registrados nos primeiros cinco meses de 2012, em comparação com igual período
do ano anterior (dados da Polícia Militar de Minas Gerais).
Outra
demonstração de intolerância para com a violência aconteceu na última
quarta-feira (30). A 8ª Região da PMMG, aqui localizada, recebeu 20 novas
viaturas a serem utilizadas no trabalho de prevenção e repressão à criminalidade.
Segundo o coronel Sérgio Henrique Soares Santos, comandante da unidade, “este é
apenas o primeiro lote de viaturas recebidas. Outros 73 veículos serão
entregues em 2014”.
O
presente chegou em boa hora e a comunidade está grata. Mas não é suficiente para
alcançar o que se pretende. O inimigo é forte e, para derrotá-lo, há
necessidade de muito mais.
Tudo bem
que “de grão em grão a galinha enche o papo”. Na briga contra a violência,
entretanto, haja grão para tamanho papo. Aqui ou acolá.