Por definição da
Wikipédia, “datas comemorativas são as escolhidas para relembrar eventos
históricos, conquistas importantes ou lutas que ainda estão sendo travadas por
um grupo. Muitas delas possuem alcance internacional, enquanto outras podem ser
especificas para um país ou região”.
No Brasil, por
excesso de bondade, politicagem, interesses escusos ou até por justo
reconhecimento, o calendário de celebrações é dos mais pródigos. Abrange
acontecimentos históricos, folclores, personalidades, marcos geográficos e
muito mais, nem sempre por mérito. Se cumprido à risca, a festança seria
interminável; não sobraria tempo para o trabalho. Para se ter ideia, só no dia
de hoje há pelo menos sete datas passíveis de comemoração. Em dezembro, esse
número chega a quase meia centena. Ainda bem que feriados e pontos facultativos
são restritos a não muitas ocasiões. A grande maioria fica na condição de
simples figurante de folhinha.
Mesmo assim, há
exageros, demagogia, futilidade e muita falta do que fazer.
Sem
falar no despropósito dos dias consagrados aos mais diversos “orgulhos” e “consciências”
que, no afã de reverenciar, acabam aprofundando preconceitos.
Mas
existem ocasiões dignas de comemoração. Aquelas que, nascidas da sensatez, despertam sentimentos e fazem
refletir sobre sua razão de existir. Uma dessas transcorre hoje, sob o rótulo
de Dia Internacional contra a Corrupção.
Foi
instituída por proposta da delegação brasileira participante da Convenção das
Nações Unidas contra a Corrupção, assinada por diversos países, na cidade
mexicana de Mérida, em 09 de dezembro de 2003. O objetivo foi fortalecer a
cooperação internacional para ampliar a prevenção e o combate à corrupção no
mundo.
Os
países subscritores se obrigaram a cumprir seus dispositivos, sob pena de
sofrerem pressão da comunidade internacional.
Neste
ano, a data coincide com o momento em que o Brasil apresentou modesta, mas, ainda
assim, estimulante melhora de colocação no ranking global de percepção da
corrupção. Passou para 69º lugar entre 176 países pesquisados, evoluindo quatro
preciosas posições. Os dados são da ONG Transparência Internacional (TI), revelados
na última quarta-feira (05).
Nas
palavras de Alejandro Salas, diretor da TI para as Américas, a corrupção é algo
que sempre existiu, não surgiu agora. É um problema endêmico, mas tem havido uma
ligeira recuperação ao longo dos últimos dez anos. Segundo ele, se o Brasil continuar
no caminho atual, com mudanças na lei e castigos aos corruptos, haverá uma evolução
positiva, refletida no ranking a partir de 2013.
Fica
a esperança de que, no futuro, em lugar do Dia Internacional contra a
Corrupção, o país e o mundo possam celebrar o Dia Internacional da Honestidade.
Seria bem mais gratificante.