quinta-feira, 29 de março de 2018

DOIS MARCOS VALADARENSES

Por Etelmar Loureiro

            Muitos são os fatores que contribuem para sedimentar o prestígio de uma cidade, e assim projetá-la além de suas fronteiras.  Podem ser pontos paisagísticos, turísticos, aspectos climáticos, estilos de vida, práticas esportivas, monumentos, edificações, hospitais, escolas e outras particularidades atraentes.
            A Torre Eiffel é um sinônimo de Paris, da mesma forma que a Estátua da Liberdade representa Nova York e o Coliseu identifica Roma. O Cristo Redentor simboliza o Rio de Janeiro, tanto quanto o Monumento às Bandeiras lembra São Paulo. A situação não é diferente em Minas Gerais, onde os colégios Arnaldo, Loyola e Santo Agostinho são representativos de Belo Horizonte, tal qual o Mineirão. No interior do estado, a cidade de Viçosa se notabilizou por abrigar a célebre Universidade Federal que leva seu nome.
            O poder de influência dessas atrações se consolida com o passar dos anos, à medida que suas características e resultados vão adquirindo maior visibilidade. Quanto mais antiga a cidade, maior é o seu acervo de marcos dessa natureza.
            Embora relativamente jovem, Governador Valadares já consegue ser distinguida por alguns dotes intrínsecos. O maior deles é, sem dúvida, a Ibituruna, essa imensa pedra negra internacionalmente conhecida, não apenas por sua beleza, mas por ter conquistado para a cidade a fama de Capital Mundial do Voo Livre. A localidade também se distingue pelo clima quente, pela beleza do Rio Doce, pela excelência dos serviços profissionais que oferece, pelo seu comércio ativo e diversificado, afora uma hospitalidade que a todos cativa.
            A também chamada capital do Vale do Rio Doce já consegue agregar às suas características a condição de grande e importante centro educacional. Possui inúmeras e boas escolas, de todos os níveis, duas das quais estão contabilizando, neste ano, várias décadas de primorosos serviços prestados.    
            Fundado em 1938, ano em que a cidade conquistava sua emancipação política, o Ginásio Ibituruna, veio suprir uma enorme carência das famílias locais, cujos filhos, para estudar, precisavam deslocar-se para outros centros. Os irmãos Wenceslau e Ladislau Salles foram seus criadores.  O hoje Colégio Ibituruna chega aos 80 anos de atividade, gozando de excelente conceito. .
            Outra celebração está por conta da Faculdade de Direito Vale do Rio Doce (Fadivale), que alcança meio século de existência. Entre seus fundadores e os primeiros professores, se combinam figuras notáveis, assim como o Coronel Altino Machado d’Oliveira, o promotor de Justiça Edgard Fontes de Rezende, os juízes de Direito Fulgêncio Pimenta Figueiredo e Joaquim Assis Martins Costa, o jurista Siva Monteiro de Castro, além do então prefeito Hermírio Gomes da Silva, todos de saudosa memória. Esbanjando saúde e vitalidade, permanecem ativos os advogados Alcyr Nascimento, atual diretor da instituição, e Ary Constante Soares, no seu escritório particular.
            Pelos bancos de ambas as instituições, passaram inúmeras gerações de estudantes que, agora profissionais, fazem sucesso no Brasil e mundo afora.
            Tornar-se referência de uma cidade não se consegue apenas graças à estampa e à magnitude dos que galgam essa condição. É proeza que também requer alto nível de competência, qualidade e seriedade no que se faz. O Colégio Ibituruna e a Fadivale preenchem com louvor tais requisitos. Ambos merecem o reconhecimento, o aplauso e a gratidão não apenas dos valadarenses, mas de todos os que se beneficiaram e dos que agora usufruem de seus ensinamentos.

- Diário do Rio Doce