Na
contramão do contexto nacional, onde tudo caminha em frenéticos passos lentos,
Valadares parece atravessar outra época de bons presságios, com rápidos avanços
presumíveis. O horóscopo garante incertas conquistas em todas as casas do
zodíaco.
Não
custa relembrar que a atual onda de otimismo surgiu com a chegada da universidade
federal. A ampliação da base educacional elevou a crença em um futuro mais
promissor. E essa confiança adquiriu maior dimensão depois que TCU concedeu
sinal verde para que se inicie a construção do campus local da Universidade
Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Outro
concreto empurrão na fé valadarense foi dado pelo governo mineiro, quando
contemplou a cidade com um hospital regional que promete ser dos mais modernos
e bem equipados. A obra evolui conforme cronograma.
No
campo das probabilidades, entretanto, se alojam velhas e grandes aspirações.
Todas objeto de promessas que constantemente saem das bocas políticas, mas
nunca saem do papel.
Bons
exemplos são a ampliação e modernização do Aeroporto Coronel Altino Machado e a
restauração do prédio da Açucareira. Vira
e mexe entram na ordem do dia, ocupam os noticiários, criam expectativas, mas não
decolam. Enquanto isso a cidade segue contabilizando prejuízos irreparáveis: perde visitantes e negócios, por não
dispor de um campo de pouso à altura das exigências modernas, e elimina a
chance de utilizar como atração turística, empresarial e sociocultural um
espaço que integra seu patrimônio histórico.
Motivo
de muitas noites de insônia, a perspectiva em torno da duplicação da BR 381 mudou
o foco. Agora é brigar para que a obra – finalmente autorizada – alcance
Valadares. As lideranças locais se dizem mobilizadas nesse sentido. Tomara que
os políticos “chapas-brancas” estejam juntos e de fato tenham cacife para peitar
o Governo Federal!
A
inclusão do município na área de abrangência do Instituto de Desenvolvimento do
Norte e Nordeste de Minas Gerais (Idene) deverá refletir positivamente. Mas
ainda depende de aprovação da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Parece certa,
porém é bom esperar o “preto no branco”.
.A esperança do
momento é a vinda de uma grande empresa do setor atacadista de alimentos.
Especula-se ser o Carrefour, que compraria da União Ruralista parte do Parque
de Exposições José Tavares Pereira. Ali faria um investimento de R$ 30 milhões,
que, já na primeira etapa, geraria 250 empregos diretos e 400 indiretos. Nem
assim é dado como certo. O risco de aborto é um inusitado Projeto de Lei
Complementar que tramita na Câmara Legislativa, impondo limites e exigências
para execução de obras de grande porte no local cogitado.
Amenizando a fama de que
Valadares é uma cidade “amarrada” em sonhos, a Prefeitura entregará, amanhã,
151 moradias populares, construídas com recursos do Fundo de Arrendamento
Familiar, ao amparo do Programa Minha Casa Minha Vida. Nada menos de 600
pessoas serão beneficiadas.
No atacado, tem gente
oferecendo ovos que ainda não estão no ninho.
Alguns receiam que tudo não passe de repetidas
promessas eleitoreiras; a maioria
tem certeza. É esperar, pra ver!