quinta-feira, 22 de novembro de 2018

MESES COLORIDOS


Por Etelmar Loureiro

- Diário do Rio Doce - 22.11.2018

                O mês de outubro foi marcado pela campanha de conscientização da sociedade, em particular as mulheres, sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama.
            Carinhosamente chamado Outubro Rosa, o movimento originou-se em Nova York, na primeira Corrida pela Cura, realizada em 1990. Desde então, vem acontecendo em várias partes do mundo, de forma cada vez mais intensa e representativa.
            Seu símbolo é o laço rosa, que representa a luta contra a doença e estimula a união das pessoas, empresas e entidades em torno da causa. A iluminação rosa, quando projetada sobre monumentos e prédios públicos, é emblemática em qualquer parte do planeta.
            Depois do Outubro Rosa, é a vez do Novembro Azul. O penúltimo mês do ano tornou-se mundialmente reservado a ações ligadas ao câncer de próstata e à saúde dos “machões”. A ideia nasceu na Austrália, em 2003, inspirada no Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata, celebrado em 17 de novembro.
            No Brasil, o movimento já faz parte do calendário nacional das campanhas de prevenção. Tem o objetivo de combater o mal e, sobretudo, motivar a galera masculina a submeter-se aos exames de praxe, inclusive a temida e, para muitos, humilhante “dedada”.
            Semelhante ao que acontece no Outubro Rosa, há distribuição de lacinhos e iluminação dos marcos e pontos turísticos das cidades, tudo na cor azul (o que alguns cruzeirenses, este ano, entendem ser também homenagem a seu time, pela conquista do hexa da Copa do Brasil).
            O Outubro Rosa sempre repercute mais do que o Novembro Azul, graças ao maior engajamento, à melhor disciplina e à mais apurada intuição da mulher em relação aos cuidados para com saúde.
            No cômputo geral, entretanto, ambas as temporadas têm cumprido sua finalidade. Está cada vez mais difícil alegar inadvertência ou ignorância quanto à necessidade um “check-up” periódico.
            O resultado tem sido tão auspicioso que a “colorização” poderia se estender a mais meses, na tentativa de estancar outros males que afligem a sociedade.
            Boa ideia seria instituir o Dezembro Verde-Amarelo, inspirado no Dia Internacional de Combate à Corrupção, ao qual é reservado o 9 de dezembro.
            Em clima de manjedoura, o mês do Natal acomodaria também implacável campanha contra os “maus hábitos” cultivados por empresários, políticos e autoridades de todo o mundo, com justificada ênfase para a turma do “patropi”.
            Para maior interação dos festejos da época, a cauda da Estrela Guia teria as cores da seleção canarinho, enquanto a iluminação, no mesmo tom, se estenderia a todos os presídios do país.
            Maquetes de presépios seriam colocadas nas penitenciárias, onde os Reis Magos, em homenagem aos “hóspedes”, chegariam trajando o honroso modelito listrado.
            Papai Noel, incorporado pelo ex-juiz e agora futuro ministro Sérgio Moro, abandonaria seu tradicional trenó. Apareceria pilotando um robusto e aconchegante camburão, preparado para acomodar corruptos de qualquer tribo.
            De início, apenas o símbolo do movimento seria trocado. O lacinho cederia lugar a delicadas algemas, compostas de uma argola verde e outra amarela.
            A Polícia Federal, como de praxe, se encarregaria de animar a festa.
            Lançada a ideia!