Em
seu texto “Marketing publicitário”, publicado no DRD do último dia 23, o
empresário e jornalista Francisco “Chico” Luiz Teixeira deu mais uma mostra de extrema
lucidez.
Com
o talento de sempre, ele não precisou de academicismo para definir mídia e
marketing, duas ferramentas amplamente utilizadas na busca do sucesso. Segundo
ele, “mídia nada mais é do que um somatório de palavras como rádio, jornal,
revistas, TV e outras, enquanto que propaganda, reclame, anúncio, publicidade e
outros nomes do passado se resumem num só termo: o inglês marketing”.
Apontando
grifes que se projetaram graças ao investimento em marketing, Chico Teixeira, lembrou
que uma boa propaganda é fundamental para o êxito empresarial de qualquer
produto, nome ou serviço.
Na
visão do articulista, porém, “o Brasil ainda não atingiu sua maturidade
publicitária. O que se investe em divulgação do produto turístico brasileiro é
simplesmente pobre em valor e qualidade”. Para ilustrar essa afirmação,
mencionou o balneário mexicano de Cancún, que, isoladamente, em um mesmo ano, gastou
mais em publicidade do que todo o Brasil.
Sob
essa ótica, não há o que discutir. Embora conte com uma boa mídia, o país, em
termos de marketing turístico, não está bem no ranking mundial.
Entretanto,
no campo político e da administração pública a realidade é bem diferente.
Quando
se trata de transformar limão em limonada, bombardeio aéreo em fogos de
artifício, ou supositório em analgésico, não tem miséria. Políticos e governantes
não hesitam em recorrer aos mais capazes profissionais de marketing, custe o
que custar.
Basta
lembrar que, dos R$ 350,6 milhões gastos na campanha pela reeleição de Dilma
Rousseff, R$ 70 milhões ficaram com a agência Pólis Propaganda, do jornalista
João Santana, o marqueteiro oficial da presidente e do Partido dos
Trabalhadores.
Até
aí, nada demais, considerando que, no entendimento do publicitário José Nivaldo
Júnior, autor do best seller “Maquiavel, O poder – História e Marketing”, marketing
político é o conjunto de atividades que visa à conquista, à manutenção e a
expansão do poder.
O
problema é que, em nome dessa tese, o brasileiro tem sido levado a alimentar ilusões
e a engolir indigestas “preciosidades” que não faziam parte de seu cardápio.
Nesse rol incluem-se o endeusado “Lulinha Paz e Amor”, que vendia a ideia de um
político sorridente, capaz e conciliador;
a “Dilma gerentona”, segura nos negócios e implacável com a corrupção; o “genial Guido Mantega”, que, após
muitos anos sendo apontado como infalível ministro da Fazenda, deixou o país
mergulhado na pior crise econômica de sua história; e o “milagroso Joaquim Levy”, até então ilustre desconhecido do
grande público, a quem uma administração desacreditada entregou o Ministério da
Fazenda, dando-lhe carta-branca para reajustar uma economia que ela própria desajustou.
Fato
é que os marqueteiros prestam excelentes serviços ao governo. Ensinando
trejeitos, caras e bocas e outras formas de dissimulação, eles conseguem
transformar os agentes públicos em hábeis enganadores da opinião coletiva. E
esse aprendizado é extremamente útil, na hora de realçar metas que dificilmente
sairão do papel ou de minimizar fatos comprometedores.
É
o que se viu recentemente, quando a presidente Dilma, chamada a se manifestar
sobre as duras críticas que lhe foram feitas pelo seu criador, limitou-se a
dizer que “todo mundo tem direito de criticar, ainda mais o presidente Lula”. Esteve
bem próxima de um conhecido jargão popular, segundo o qual opinião é igual ...
mão: todos têm, dá quem quer.
- Diário do Rio Doce