Como era de se
esperar, os trabalhos legislativos do primeiro semestre encerraram-se na
última terça-feira (17), com a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)
2013, fixando as metas e prioridades da administração federal para o
próximo ano.
Não
foi isso, entretanto, o que mais repercutiu, nos últimos dias que antecederam o
recesso parlamentar de julho.
O destaque
foi um vídeo divulgado na internet, em que Denise Leitão Rocha, 29 anos, assessora
do senador Ciro Nogueira, aparece fazendo sexo com um misterioso funcionário
do Senado.
O vídeo chamou a
atenção de deputados, senadores, jornalistas e outros participantes da sessão
em que o prefeito de Palmas depunha na CPI Cachoeira, onde Denise tinha
presença constante.
Dona de um corpo
escultural e uma extravagante tatuagem, ela interpreta cenas tórridas, vistas em
quase todos celulares, tablets e computadores do Congresso Nacional.
Como não poderia
deixar de ser, o buchicho foi incontrolável. Ninguém mais se interessou por
depoimentos, apurações, questionamentos, debates ou coisas parecidas. O negócio
era curtir a transa da loira.
A opinião pública,
representada por milhares de internautas, ficou dividida entre os que condenam
a invasão da privacidade de Denise e os que pensam tratar-se de jogada
promocional por ela arquitetada.
Desgastado pela
inércia no modo de agir, desacreditado por legislar em causa própria, desmoralizado
por abrigar e proteger políticos corruptos e desonestos, o Senado parece buscar
no episódio oportunidade reabilitar sua imagem.
Segundo o noticiário,
Denise será exonerada por Ciro Nogueira, assim que retornar de suas férias. “Não
vou passar o resto do mandato dando explicação”, disse o senador. Pouco importa a intimidade de seu procedimento,
ou o fato de ter acontecido fora do Senado, o negócio é dar exemplo, mostrar
autoridade.
Dizem, aliás, que,
pra prevenir a repetição de fatos semelhantes, alguns políticos já pensam em placas
de advertência que seriam instaladas nas dependências dos três poderes
(inclusive debaixo das mesas de trabalho), proibindo quaisquer modalidades de
atos libidinosos ou sexuais. Tipo “proibido fumar”!
Caso isso tenha
efeito, o Congresso corre o risco de logo fechar as portas, impedido do exercitar
sua maior habilidade.
O que houve entre
Denise e seu parceiro é um ato comum a machos e fêmeas de todas as espécies. No
afã de reprimi-lo, os políticos acabarão punindo a si próprios.
Afinal, o vídeo que
causou tanta perplexidade revela apenas o que eles fazem com o povo, nos
primeiros doze meses do ano. Sem piedade!