domingo, 27 de março de 2011

LULA, DR.h.c.

            Depois de provocar polêmica, recusando o convite para participar do almoço que Dilma Rousseff ofereceu a Barack Obama, Lula retorna ao noticiário, envolvido em mais um acontecimento no mínimo original.
            Na próxima quarta-feira (30), o ex-presidente vai receber o título de doutor honoris causa da Universidade de Coimbra, uma das mais tradicionais da Europa.
            A homenagem é prestada a personalidades que se tenham distinguido pelo saber ou pela atuação em favor das artes, das ciências, da filosofia, das letras ou do melhor entendimento entre os povos. Quem a recebe passa a ter os mesmo privilégios dos que possuem doutorado acadêmico, inclusive o uso da abreviação “DR. h.c.”.
            “Lula da Silva é uma figura de dimensão internacional, que fez imenso pela projeção do Brasil e também pela projeção da língua e da cultura portuguesas”, declarou Helena Freitas, a vice-reitora da Universidade.
            Uma vez diplomado, ele se nivelará a Juscelino Kubitscheck e Fernando Henrique Cardoso, que também são doutores “honoris causa” por Coimbra.
Fala-se que mais de 40 universidades em torno do mundo já convidaram Lula para receber idêntico tíítulo. A largada coube à Universidade Federal de Viçosa (MG), que lhe deu o troféu em janeiro último.
Na ocasião, ele disse que “Vocês não têm dimensão de como um homem que já passou por todas as emoções que um homem pode passar se sente emocionado ao receber hoje o meu quarto diploma: o primeiro diploma do primário, o segundo diploma do Senai, o terceiro diploma de presidente da República e o quarto diploma, de doutor honoris causa aqui da Universidade Federal de Viçosa”.
Em Portugal, Lula será prestigiado por Dilma Rousseff que, coincidentemente, lá estará para uma programação oficial de quatro dias. Segundo sua assessoria, ela faz questão de estar presente no evento.
Com isso, Dilma quer mostrar que a situação é de harmonia, e afastar as suspeitas de que a ausência de Lula, no banquete servido ao presidente dos Estados Unidos, seria consequência de atritos entre os dois.
No Brasil, as palmas dos admiradores se misturam com as críticas dos que entendem faltar a Lula credenciais para envergar o doutor honoris causa.      
Ainda que isso não seja pré-requisito para a homenagem, o ex-metalúrgico não teve como chegar a uma formação acadêmica.  No dia-a-dia da vida, contudo, aprendeu tanto ou mais do que ensinam os bancos escolares. Seus feitos e aonde chegou comprovam essa virtude. Caso típico de quem não estudou o suficiente, mas tornou-se tão brilhante que merece ser estudado.
Crítico mordaz, o jornalista Paulo Henrique Amorim disse que “essa (condecoração) é de fazer Fernando Henrique cortar os pulsos”. Só que o homem tem estrela e, se cochilarem, sua próxima parada será ao lado de Sarney, na Academia Brasileira de Letras.

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