domingo, 8 de janeiro de 2012

MODO DE VER

            Muitos foram os lances e rostos que marcaram 2011. Nos cenários político, econômico, social, artístico, esportivo e tantos outros não faltaram acontecimentos e personagens merecedores de premiação. Prato feito para os que se ocupam das inevitáveis retrospectivas, análises e avaliações que oxigenam os meios de comunicação.
            Revistas, jornais, emissoras de TV, todos se julgam no direito de escalar suas seleções, quase sempre coincidentes. Isso porque os parâmetros e fundamentos pouco vaiariam. Não há maior preocupação em julgar sob diferentes ângulos. Ignoram-se outros aspectos que possam ter influenciado, até com mais peso, para que o episódio ou a figura se tornasse destaque.
            A cantora Sandy, por exemplo, garantiu lugar em todas as listas, por dizer que “é possível ter prazer anal”. Entretanto, fãs mais conservadores preferem acreditar que isso foi em razão do sucesso musical alcançado pela filha de Chororó.
            Em Londres, a monarquia se engalanou para ver o casamento entre o príncipe William e plebeia Kate Middleton, O acontecimento está entre os “the best” da temporada. Mas a grande atração não foi a noiva, sim sua irmã Pippa. Assim que surgiu no pedaço, bumbum realçado por um colante vestido branco, a cunhada de Sua Alteza deixou o mundo boquiaberto. Os noivos se tornaram coadjuvantes.
            Muammar Khadafi, ex-ditador da Líbia, está entre os famosos do ano. Nem tanto por haver sido apeado da ditadura que exerceu por 42 anos. Muito mais pela forma brutal como foi torturado e executado em praça pública, expondo que a barbárie e a insanidade não são privilégios dos tiranos.
            No Paquistão, as Forças Armadas americanas produziram outro evento bombástico: capturaram e mataram Osama Bin Laden. O que mais chamou a atenção, entretanto, foi a notícia de que o corpo do terrorista foi imediatamente “sepultado” em alto mar. A dúvida em relação à veracidade dos fatos é tão intensa quanto a certeza da inabilidade e prepotência dos ianques.
            Tudo depende de quem vê e do modo de ver.
            Esperava-se que o Brasil pudesse engrossar a lista de positivas realizações, exibindo grandes obras, importantes reformas institucionais e outras ações de impacto. Isso não aconteceu. A nação teve que se contentar com o trivial; nada que provocasse orgulho, nem discussão.
            De concreto e relevante, só a posse de Dilma Rousseff, que mexeu com as emoções populares e se constituiu no acontecimento oficial do ano; nenhum outro iria superá-lo.
            Na condição de primeira mulher a desfilar na Esplanada dos Ministérios, ostentando a faixa presidencial, Dilma assegurou lugar no time de “retrospectáveis”.
           A Presidente teria reinado absoluta, não fora a concorrência da até então desconhecida Marcela. A mulher do vice Michel Temer, com charme, beleza e elegância, veio em cerimonial segundo plano, mas roubou a cena. Fez uma meteórica aparição, sem mais se expor à contemplação popular. Mas mostrou que, para o brasileiro, 2011 não foi assim tão ruim.
            Cadê ela?!
 

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