domingo, 17 de junho de 2012

PROMESSAS DE OCASIÃO

            Iniciada a temporada de caça aos votos, começam a ser vistos os frutos da estação.
O fenômeno se repete a cada dois anos, na esteira das eleições que acontecem com a mesma periodicidade.
É quando os candidatos e seus padrinhos se reapresentam como antigos e intransigentes defensores dos interesses populares, repetindo promessas desgastadas, mas jurando que “desta vez é pra valer”.
O café requentado é servido sem acanhamento, com cinismo capaz de provocar inveja no mais autêntico cara de pau.
Ainda assim, os espertalhões quase sempre conseguem sensibilizar seus incautos seguidores, para os quais a esperança é imortal.
Não é necessário muito esforço de memória para relembrar os inúmeros compromissos de campanha nunca honrados.
Candidatos e governantes armam seus palanques eleitorais nas áreas de educação, saúde, saneamento, segurança pública e infraestrutura, onde as necessidades são enormes e permanentes.
 A prática vem se repetindo de geração para geração e, pelo visto, tão cedo será abandonada.
Ainda agora, viu-se Dilma Rousseff anunciar investimentos de R$ 6 bilhões para a execução de três grandes obras há muito reivindicadas por Minas Gerais. Entre elas a duplicação da BR-381, conhecida como “Rodovia da Morte”, entre Belo Horizonte e Governador Valadares.
Apesar das decepções sofridas com os Collor e Sarney da vida, não se deve confundir promessas presidenciais com presepadas e juras enganosas de oportunistas que nada têm a perder. Até porque Dilma Rousseff é dona de uma popularidade tão grande, que lhe impede blefar.
A questão é a recorrência das promessas, e o fato de sempre coincidirem com a garimpagem de votos.
Talvez por isso o anúncio da duplicação da BR-381 não tenha despertado maior expectativa entre as lideranças estaduais. Sem considerar as várias ocasiões anteriores, a obra foi prometida duas vezes, só nos últimos dois anos, mas não saiu do papel.
Cansado de embromações, o povo se mostra cada vez mais descrente, corroborando a tese de que eleitor enganado duvida até do seu cachorro de estimação; quanto mais de políticos e governantes. Pretextos não lhe faltam.

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