Após exaustiva
temporada de comícios, carreatas, passeatas, debates, horários políticos e
outros incômodos, as eleições municipais entram na sua fase decisiva. Começa
hoje a semana do vai ou racha, nas cidades que ainda não têm o privilégio do
segundo turno. Entre elas Governador Valadares, onde o cenário seria perfeito
para outra rodada. Mas ela não acontecerá, para tristeza do segundo colocado.
Até agora, em termos locais, a campanha
transcorreu de forma relativamente tranquila, apesar de algumas baixarias
inerentes ao processo. Talvez porque os principais candidatos estejam razoavelmente
nivelados em qualidades, promessas e preferência.
Nada
garante, entretanto, que esse clima perdure até o dia da votação. Na reta
final, a luta pelo voto se torna mais aguerrida, abrindo espaço para um vale
tudo nem sempre dos mais limpos.
Ninguém conhece as
últimas cartas que todo candidato mantém na manga ou no bolso do colete. Entre
elas a proibida – mas sempre praticada – “boca de urna”, já responsável por
grandes “viradas” de última hora.
O momento eleitoral
traz a esperança de renovação, de novas caras, novas ideias, novos projetos.
Entretanto, pelo que
se viu durante a campanha, não são grandes as perspectivas de mudanças em razão
das eleições do próximo domingo.
Mais uma vez, no
geral, os candidatos estiveram empenhados em maquiar a realidade, para
conquistar eleitores.
Ninguém exibiu um projeto
de impacto, consistente, praticável e capaz de empolgar. O que mais se ouviu
foram promessas repetitivas de ações pelas quais muitos já se comprometeram,
nada fizeram e pedem outros quatro anos para realizar.
A esperteza, a retórica
e o melhor marketing se destacaram mais que traços de seriedade e competência
político-administrativa.
No corpo a corpo com
o eleitorado, sobraram a cara de pau e a embromação que muitas vezes se
escondem na falsidade de um abraço ou de um aperto de mãos.
Aproxima-se o momento
da escolha. A chance de o cidadão agir com independência, soberania e,
sobretudo, discernimento.
Sem se iludir com as
qualidades proclamadas pelos candidatos, o eleitor deve apurar seu faro, para
identificar os merecedores de voto. Nada
de prestigiar tarjas pretas, desocupados e oportunistas que tentam ou já
conseguiram transformar o mandato político em “boca” vitalícia; é hora de
renovar.
Existem os dignos de
crédito, gente boa, bem intencionada e comprometida com o interesse público. Formam
uma minoria, mas, com atenção e senso crítico, há como identificá-los. Vote
neles!
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