Pra
começar, a boa organização do evento tem superado as expectativas, fato nacional
e internacionalmente reconhecido, para tristeza dos que apostavam no insucesso.
Em
termos de resultados, as precoces eliminações de Espanha, Inglaterra, Itália,
Portugal e Rússia, seleções “de ponta”, causaram enorme decepção. Mostraram que
a competição já não reflete o prestígio, as qualidades e as condições técnicas
de seus inúmeros participantes. Longe disso, está mais para um torneio marcado
por muitas zebras e casualidades, um “salve-se quem puder” onde nem sempre ganha
o melhor, sim o que tem mais sorte.
Não
é o caso dessas quatro seleções, todas de alto nível e capazes de aplicar
goleadas. Mas as retrospectivas mostram que, entre elas, não são comuns placares
dilatados como Espanha 1 x Holanda 5, Portugal 0 x Alemanha 4. Da mesma forma,
Inglaterra, Itália e Rússia não costumam atuar de modo medíocre como o fizeram
nesta Copa. Achar isso normal é o mesmo que considerar habitual a “pole
position” conquistada por Felipe Massa no GP da Áustria, no último domingo
(22).
A
verdade é que eliminações são bem aceitas apenas quando envolvem cálculos
renais, unhas encravadas, tumores malignos e outros males incuráveis. Em
futebol, sobretudo em copas do mundo, é sempre ruim fazer as malas e sair antes
do final, com o rabo entre as pernas.
Metade
das seleções já se foi. Restam 16, das quais, ao final, somente uma receberá as
faixas e o troféu de campeã.
Depois
de emocionante primeira etapa, a competição sofreu rápida interrupção, na
última sexta-feira (27). Tamanho é o envolvimento popular, que aquele dia sem
futebol foi como um domingo sem missa. Um dia em que os torcedores permaneceram
concentrados, tensos e preocupados com o futuro de seus times. Tempo de muitas orações, promessas,
amarrações, mandingas e algo mais que pudesse reforçar o “onze” de cada país. Entendidos
do assunto sabem que daqui pra frente é mata-mata; perdeu, bye-bye!
O
brasileiro estava no meio e, com razão, era dos mais estressados. De olho na
TV, assistia a todos os noticiários, esperançoso de ouvir uma palavra de
conforto, de preferência a garantia de vitória no jogo com o Chile. Não
precisava vir de Felipão, Parreira, Fred ou Neymar. Até Datena e Galvão Bueno
mereciam crédito.
As
Oitavas de Final começaram ontem, com dois grandes jogos: Brasil x Chile e Colômbia x Uruguai.
Escrevendo
com antecedência, não dá para comentar desempenhos, muito menos adivinhar resultados.
Independentemente do que aconteceu, é
certo que, ao entrar em campo, nossa Seleção recebeu integral apoio da torcida
e, diante do que apresentou nas três primeiras partidas, tinha crédito e inspirava
confiança. Por sua vez, o Chile, que nessa Copa se mostrou forte adversário,
também reunia condições de vencer. Há motivos para acreditar que tenha sido um
jogo difícil, empolgante e bem disputado, vencido por quem fez mais gols.
“Consummatum
est”, não adianta conjeturar. Melhor ir pra rua e aderir às comemorações; ali estarão os vitoriosos.
Mas
os vencidos não devem se desesperar, nem envergonhar-se. Quando a Copa
terminar, serão 31 perdedores e um só ganhador. Bom consolo!
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