domingo, 13 de março de 2011

APOTEOSE DO REI

            O desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro continua sendo a grande referência do carnaval brasileiro.      
            Mesmo nas épocas passadas, quando acontecia na Praça Onze, na Avenida Presidente Vargas ou na Rua Marquês de Sapucaí o espetáculo já pontificava.
            Sua importância, entretanto, alcançou outra dimensão a partir de março/1984, com a inauguração da “Passarela do Samba”. Popularmente conhecida como “Sambódromo”, a obra foi iniciativa do ex-governador Leonel Brizola, estimulado pelo seu então Secretário de Cultura, Darcy Ribeiro. Projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer e erguida em 120 dias, possui 700 metros de extensão e capacidade para mais de 62 mil pessoas.
            Desde então, o evento se mostra a cada ano mais portentoso, deslumbrante e prestigiado. Pouco importa o panorama político, a conjuntura financeira ou as dificuldades do mercado de trabalho.
            Neste ano, houve um momento em que todos ficaram temerosos quanto ao sucesso da festa. Foi quando um gigantesco incêndio irrompeu na “Cidade do Samba”, poucos dias antes do carnaval (07/02). O fogo atingiu duramente os barracões das escolas União da Ilha, Grande Rio e Portela, destruindo fantasias e carros alegóricos que seriam utilizados no desfile.
            O desespero das vítimas também alcançou os integrantes das agremiações não afetadas.
            Mas, apagadas as chamas do sinistro, acenderam-se as luzes da solidariedade. Numa extraordinária demonstração de garra e superação, a comunidade carnavalesca encarou o desafio de ressurgir das cinzas. Mãos dadas, aliados e concorrentes conseguiram vencer a adversidade. Na hora exata, todos estavam no Sambódromo.
            A apresentação foi novamente esplendorosa, enormemente aplaudida, como se nada de extraordinário tivesse antes acontecido.
 Primorosa organização, criativos enredos, fantásticas alegorias e belíssimas mulheres foram apenas alguns dos ingredientes que contribuíram para a pujança do megaespetáculo.
A Beija-Flor sagrou-se vencedora, com o enredo “Simplicidade de um Rei”, sobre a vida de Roberto Carlos. Segundo os entendidos, isso aconteceu graças à competência e profissionalismo da escola, campeã pela 12ª vez.
Os torcedores da Unidos da Tijuca, segunda colocada, discordam, achando que sua escola estava muito melhor, mas faltou um “rei” que, por questões de marketing, não poderia ser vice.
            Divergência à parte, quem não assistiu, ao vivo, terá que se contentar com um vídeo ou aguardar a próxima edição.   Neste ano, como diria RC, “o show já terminou”.


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