domingo, 10 de julho de 2011

DE MAL A PIOR

            Aquilatar um mandato de quatro anos, em função do que aconteceu nos primeiros seis meses, é tão precipitado quanto avaliar uma equipe de futebol, pelo seu desempenho no começo da partida.
            O início é compreensivamente vagaroso, porque reservado ao reconhecimento do terreno, às mudanças e às adaptações que nem sempre são prontamente viáveis ou prudentes. Daí a necessidade de paciência e tolerância.
            Quando Dilma Rousseff assumiu o Palácio do Planalto, todos tinham conhecimento ou pelo menos faziam idéia dos problemas que iria enfrentar. Quem mais sabia, aliás, era a própria Presidente, ativa e íntima participante do governo anterior. Nem por isso a ela foi negada a tradicional carência dos cem dias, normalmente suficiente para que novos governantes “arrumem a casa” a seu modo.
            No princípio, tinha-se a impressão de que o país seria gerenciado de forma dinâmica, austera e transparente. Mesmo sem maior experiência política, Dilma chegou com a fama de competente administradora, capaz de grandes realizações. Rotulada de durona, inflexível e intransigente na cobrança de resultados, transformou-se na esperança de que grandes sonhos logo se tornariam realidade.
            Passados duzentos dias, quase nada aconteceu para justificar esse conceito.
            Pelo contrário, assessorada por uma equipe ministerial de discutível competência, a Presidente não tem conseguido sequer manter em dia o andamento de várias obras de responsabilidade do governo federal. Muitos projetos estão com o cronograma atrasado ou nem saíram do papel, inclusive alguns relacionados com a Copa/ 2014 e as Olimpíadas/2016.
            No campo político, a frustração popular nunca antes atingiu o nível em que se encontra. O país está assombrado com a quantidade de trapalhadas e bandalhices praticadas por políticos, ministros e outros graduados integrantes do governo. Mais perplexo, ainda, com a impunidade que se instala diante da cínica negativa de autoria a que sempre recorrem os contraventores de colarinho branco.
            Em meio a tantos escândalos, a Presidente não tem feito mais do que administrar as crises provocadas por gananciosos aliados e desonestos assessores.
            É cedo para um julgamento conclusivo, mas o que se vê até o momento desperta preocupação. Os sintomas são de que o governo não vai bem, com tendência de piorar.
            Dilma precisa ter cuidado, sob pena de transformar-se na primeira presidente quebra-galho, eleita com a missão precípua de segurar o trono para o retorno seu antecessor. Se chegar até lá!

Um comentário:

  1. norton seng para mim
    mostrar detalhes 21:58 (13 horas atrás)

    Se não chegar, ele voltará mais cedo pois o enxoval eleitoral foi alterado para que o vice não assuma. Ao fechar das cortinas foi aprovado que: "... no caso de vacância do cargo, dentro de 90 dias haverá nova eleição presidencial...". E quem a ganhará? Uma bala de coco para quem advinhar...

    Portanto, como tenho dito nestes últimos 3 anos: "O Brasil acabou!". De fato! Para tanto, basta ver, ler, analisar, a contabilidade nacional. Os imensos e impagáveis rombos financeiros. A impunidade galopante. O descumprimento das leis pelos 3 poderes e por todos os que podem comprá-los. E os péssimos indicadores econômicos e sociais que são, em última análise, os vetores da crescente e incontrolável violência que vitimiza o inocente e parvo povo brasileiro.

    Temos mesmo é que rezar. Rezar muito. E pedir a Deus para nos salvar!

    Abraços,

    Norton


    Marisa Goes para mim
    mostrar detalhes 08:50 (3 horas atrás)

    Vixe... tá ruim assim é?
    Eu não acompanho as notícias, mas se você falou tá falado, porque tá por dentro.
    Socorrroooo!
    bjs


    omar batista pereira para mim
    mostrar detalhes 10:31 (1 hora atrás)

    Prezado amigo Etelmar,

    Sua análise do quadro atual, como sempre, evidentemente, está corretíssima.
    Penso ser mais esperançoso para o povo brasileiro o surgimento de um novo grupo para ganhar o poder, sem reeleição ou o ressurgimento do famigerado antecessor...
    Cordial abraço do
    Omar.


    João Rosado para mim, bcc: mim
    mostrar detalhes 10:22 (1 hora atrás)

    DR. ETELMAR,
    COMO FAÇO SEMPRE, LEIO SEUS ARTIGOS COM MUITA CALMA TIRANDO DE CADA FRASE O ESCLARECIMENTO PRECISO QUE ELA TEM. APTRECIEI MUITO O DE HOJE..ABS. JOÃO.

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