domingo, 16 de outubro de 2011

FAMA INDESEJÁVEL

             Não faz muito tempo, Valadares destacou-se na mídia, “ostentando” o segundo lugar entre os vinte municípios brasileiros onde os adolescentes com idade entre 12 e 18 anos correm mais riscos de serem assassinados.
           A possibilidade foi medida em 2006, pelo Índice de Homicídios na Adolescência (IHA), que nesta cidade atingiu 8,5.
Significa que, num período de sete anos, aqui se podia esperar 327 mortes de indivíduos naquela faixa etária.
           Condição pior só a de Foz do Iguaçu (PR) que, com um IHA de 9,7, tinha "chance" de contabilizar 446 assassinatos do tipo, no mesmo espaço de tempo.
          Ainda perplexa diante dessa assustadora estimativa, a comunidade volta às manchetes, com a notícia de que tem o maior índice de homicídios em Minas Gerais.
          Segundo reportagem do jornal “Hoje em Dia”, análise da Polícia Civil mostra que, neste ano, 106 pessoas foram aqui assassinadas, até o fim da última segunda-feira.
          Situação das mais preocupantes, sobretudo porque a maioria dessas mortes está relacionada com o comércio de drogas, evidência de que a cidade está impregnada de traficantes e usuários do produto.
          As autoridades dizem que essa onda de violência tem sofrido combate enérgico, implacável e sem trégua. Mas, pelo visto, os criminosos estão bem organizados e dispostos ao confronto.
          O mesmo noticiário registra que, em Juiz de Fora, o coronel Ronaldo Nazareth, comandante da 4ª Região Militar, apontou alguns fatores que têm contribuído para reduzir os coeficientes de criminalidade. Entre eles a melhoria do nível cultural da população. Aquela autoridade  acredita, contudo, ser mais importante a integração dos setores de inteligência da PM, Polícia Civil, Guarda Municipal, Polícia Federal e Exército que, pelo menos mensalmente, se reúnem para trocar informações e traçar estratégias conjuntas de combate à violência.          
           Na visão de Ricardo Balestri, ex-secretário Nacional de Segurança Pública, “não há transformação social que não seja alcançada pela participação dos agentes de saúde, dos agentes de segurança e dos educadores, pois estes agentes inspiram a formação moral dos agentes coletivos”.        
          Diagnósticos à parte, o clamor social pelo fim da violência e da criminalidade tem dimensões cada vez maiores.
          E Valadares não pode seguir encabeçando filas humilhantes e comprometedoras.
          Chega de colecionar troféus que só servem para ornamentar uma já extensa galeria de destaques abomináveis. A cidade merece mais!

Nenhum comentário:

Postar um comentário