EMOÇÃO DIVIDIDA

            Para o valadarense, melhor seria se o noticiário da semana tivesse tratado apenas da 14ª Mostra Empresarial do Leste Mineiro (Expoleste), que hoje se encerra.

            Mais uma vez, o evento alcançou pleno sucesso, suplantando as melhores expectativas. Coordenação primorosa, expositores de alto nível, programação adequada, conforto, segurança e bom atendimento foram alguns indicadores do profissionalismo com que foi coordenado e conduzido.

            O prestígio de Alberto Pinto Coelho, vice-governador mineiro, e de várias outras expressões políticas e empresariais foi novo atestado de que a Expoleste se tornou a maior vitrine de negócios do leste mineiro.

            Em seu discurso de abertura, o presidente da Associação Comercial e Empresarial (ACE-GV), Wellington Fraga, ressaltou que a Mostra só se concretizou graças a uma união de forças que ele espera se repita em torno de outras aspirações valadarenses.

            Mesmo que os números finais ainda dependam de apuração, os indícios são de que a Expoleste apresentará saldo positivo, causa de satisfação para a cidade e a região.

            Como nem tudo são flores, essa alegria dividiu espaço com a tristeza de saber-se que os vereadores locais cogitam aumentar seus ganhos em mais de 45%. Se aprovado o Projeto de Lei que trata do assunto, o subsídio de cada um deles será elevado de R$ 6.863,30 para R$ 10.021,00.

            Perplexa e revoltada, a comunidade mostra-se categoricamente contraria à iniciativa, até por envolver elevação de despesa conflitante com a capacidade financeira do município.

            Particularmente inconformado está o servidor público municipal, a quem os mesmos vereadores só concederam 10% de aumento.

            A história é velha. O filme tem sido constantemente reprisado nas telas do Congresso Nacional, das Assembléias Legislativas e das Câmaras municipais.

            Assim estará caminhando a humanidade, enquanto os legisladores acharem que todos são iguais perante a lei, mas – parodiando o escritor George Orwell – uns são mais iguais que os outros.