domingo, 1 de abril de 2012

VOLTA SEM IDA

            Para surpresa ou decepção de quem já o imaginava carta fora do baralho, o ex-prefeito Ronaldo Perim voltou à cena, em grande estilo.
            Aliás, o termo voltar nem é adequado. Na longa entrevista que concedeu ao Diário do Rio Doce (20/03), ele demonstra nunca haver pendurado a chuteira. Pelo contrário, a política sempre fez parte do seu cotidiano.
            Dono de um currículo digno de ser aplaudido por qualquer ilustre valadarense, Ronaldo acumula a experiência adquirida como vice-prefeito, prefeito, deputado federal por duas legislaturas, em uma das quais foi vice-presidente da Câmara Federal.
            Perguntado se já pensou em voltar à política, como candidato, respondeu negativamente. “Acho que a contribuição que eu tinha que dar como político já foi dada. Agora trabalho só nos bastidores”, disse ele.
            Conhecedor e protagonista de muitos dos episódios que formam a história local, transformou-se em uma das figuras mais abalizadas para analisar o contexto em que está Valadares.
            Acredita que a cidade continua crescendo. Mas entende que esse fenômeno não pode ser visto apenas em função do aumento demográfico. Há que se avaliar, também, o desenvolvimento humano e a qualidade de vida da população. Sob essa ótica, espera que Valadares logo se torne um pólo educacional, com um contingente expressivo de estudantes e mestres. Seria o caminho para a se chegar a uma sociedade intelectual, capaz de contribuir para a melhoria do social.
            Quanto à vinda de uma grande empresa para o município, sonho acalentado por muita gente, Ronaldo se posiciona mais otimista em relação a pequenas e médias indústrias que se dediquem a atividades diversificadas. Segundo ele, haveria maior equilíbrio nas crises pontuais, além de serem as que mais geram empregos no país.
            Como presidente municipal do PMDB, afirmou que o partido está pronto para recuperar o prestígio que antes desfrutou.
Falou dos planos e dos nomes com que conta a legenda para as próximas eleições, ainda sem saber se o partido terá candidato próprio ou comporá com outra sigla a chapa majoritária.
            Em termos políticos, Ronaldo conseguiu colocar algum tempero na sopa eleitoral que se prepara. Mas ainda falta muito para se chegar à receita ideal. Até porque, como disse Magalhães Pinto, a política se movimenta como as nuvens: a cada momento surge uma nova formação.
            Sem definições, é aleatório cogitar nomes que poderão ou não ser candidatos. Tudo pode não passar de um primeiro de abril, que, por sinal, hoje se comemora.

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