sábado, 21 de julho de 2012

SEX AND THE CONGRESS


 
                Como era de se esperar, os trabalhos legislativos do primeiro semestre encerraram-se na última terça-feira (17), com a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) 2013, fixando as metas e prioridades da administração federal para o próximo ano.
                  Não foi isso, entretanto, o que mais repercutiu, nos últimos dias que antecederam o recesso parlamentar de julho.
    O destaque foi um vídeo divulgado na internet, em que Denise Leitão Rocha, 29 anos, assessora do senador Ciro Nogueira, aparece fazendo sexo com um misterioso funcionário do Senado.
    O vídeo chamou a atenção de deputados, senadores, jornalistas e outros participantes da sessão em que o prefeito de Palmas depunha na CPI Cachoeira, onde Denise tinha presença constante.
    Dona de um corpo escultural e uma extravagante tatuagem, ela interpreta cenas tórridas, vistas em quase todos celulares, tablets e computadores do Congresso Nacional.
    Como não poderia deixar de ser, o buchicho foi incontrolável. Ninguém mais se interessou por depoimentos, apurações, questionamentos, debates ou coisas parecidas. O negócio era curtir a transa da loira.
    A opinião pública, representada por milhares de internautas, ficou dividida entre os que condenam a invasão da privacidade de Denise e os que pensam tratar-se de jogada promocional por ela arquitetada.
    Desgastado pela inércia no modo de agir, desacreditado por legislar em causa própria, desmoralizado por abrigar e proteger políticos corruptos e desonestos, o Senado parece buscar no episódio oportunidade reabilitar sua imagem.
    Segundo o noticiário, Denise será exonerada por Ciro Nogueira, assim que retornar de suas férias. “Não vou passar o resto do mandato dando explicação”, disse o senador.  Pouco importa a intimidade de seu procedimento, ou o fato de ter acontecido fora do Senado, o negócio é dar exemplo, mostrar autoridade.
    Dizem, aliás, que, pra prevenir a repetição de fatos semelhantes, alguns políticos já pensam em placas de advertência que seriam instaladas nas dependências dos três poderes (inclusive debaixo das mesas de trabalho), proibindo quaisquer modalidades de atos libidinosos ou sexuais. Tipo “proibido fumar”!
    Caso isso tenha efeito, o Congresso corre o risco de logo fechar as portas, impedido do exercitar sua maior habilidade.
    O que houve entre Denise e seu parceiro é um ato comum a machos e fêmeas de todas as espécies. No afã de reprimi-lo, os políticos acabarão punindo a si próprios.
    Afinal, o vídeo que causou tanta perplexidade revela apenas o que eles fazem com o povo, nos primeiros doze meses do ano. Sem piedade!

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