sábado, 29 de março de 2014

DE PASADENA AO IBOPE

                O mês de março, que se encerra amanhã, teve um início dos mais tensos, com o desaparecimento do Boeing 777-200 da Malaysyan Airlines, que viajava de Kuala Lumpur, capital da Malásia, para Pequim, levando a bordo 239 pessoas.
O sumiço aconteceu no dia 07, sendo que até 15 dias depois o paradeiro da aeronave transformou-se num mistério.
Somente na última sexta-feira (21), imagens de um satélite tailandês mostraram centenas de objetos flutuantes no sul do Oceano Índico, sinalizando que o voo 370 teve de fato um trágico fim. Se confirmado, será a triste hora de resgatar corpos e o que mais for possível, numa operação que, naquele local, parece ser das mais difíceis.
Noutro ponto do planeta, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, deu uma cabal demonstração de força e ousadia. Sem se intimidar diante das ameaças de retaliação feitas pela comunidade ocidental, anexou ao território russo a península da Criméia, até então pertencente à Ucrânia.
Os analistas internacionais acham que a façanha de Putin foi facilitada pelos Estados Unidos e a comunidade europeia, que não foram capazes de intimidá-lo o suficiente. Ficaram na base de sanções administrativas contra alguns figurões russos, mais isso nada adiantou.
Pode ser que o quadro se modifique, mas, pelo menos até agora, Putin leva ampla vantagem.
No Brasil, mais um escândalo saiu do baú e centralizou as atenções. Dessa vez envolvendo a Petrobrás e a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, Estados Unidos.
A história todos sabem: em síntese, a Petrobras teria gasto 1,18 bilhão de dólares na compra de uma empresa que inicialmente valia 42 milhões de dólares.
Números à parte, o caso alcançou grande repercussão. De uma hora pra outra todos resolveram ser movimentar, no sentido de apurar responsabilidades. Até no âmbito interno da Petrobrás foi criada uma comissão com esse objetivo. Muita coisa ainda pode jorrar, além de petróleo.
Mas um reflexo já se fez sentir sobre a presidente Dilma Rousseff, que presidia o Conselho de Administração da Petrobrás, à época em que o malfadado negócio aconteceu. A avaliação positiva de seu governo caiu de 43% para 36% em relação a dezembro/2013, segundo pesquisa CNI/Ibope divulgada na última quinta-feira (27).
Para os governistas, essa queda será logo revertida, e nada tem a ver com os fatos, muito anteriores à pesquisa.
O pessoal da oposição, entretanto, prefere acreditar que, diante dos enormes problemas por que passa o país, o governo Dilma apenas iniciou o retorno a um ponto de aceitação situado bem abaixo do que ele imagina se encontrar.
Conclusões políticas, em ano eleitoral. 

- Jornal de Domingo

Um comentário:

  1. Pai, seu jeito mineiro de escrever deixa um resumo do mês, de forma agradável, despretensiosa e simples .. Complemento lembrando Tom e Vinícius .. São as águas de março, fechando o verão ..

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