domingo, 13 de julho de 2014

DUELO DE PAPAS

            A Copa 2014 termina hoje, após 32 dias de intensa festa, quando o Brasil centralizou as atenções mundiais.
As reações que antecederam a abertura do evento faziam crer que ele não vingaria. Na melhor das hipóteses, seria bastante tumultuado por manifestações e movimentos que lhe eram contrários. Muitos apostavam no seu fracasso, tamanhas eram as críticas e ameaças vindas das mais diversas correntes.  Foi preciso muita coragem e determinação, para que não morresse no nascedouro.
Chegada a hora de a bola rolar, tudo se encaixou. Os adversários recolheram suas armas, enfiaram a viola no saco, e o clima de Copa se instalou.
Como previsto, chegaram ao país 32 seleções, inclusive as oito que já foram campeãs mundiais. Com elas vieram 736 jogadores, mais técnicos, dirigentes, médicos, fisioterapeutas, massagistas, roupeiros, cartolas e outros agregados que normalmente engordam as comitivas participantes, afora familiares.
            A estimativa oficial falava em 600 mil turistas estrangeiros e 3,1milhões de turistas brasileiros curtindo o evento. Gente que durante todo o tempo lotou estádios, ruas, hotéis, restaurantes e bares, para assistir aos jogos. Uma temporada fervilhante, repleta de emoções, quando o Brasil pôde mostrar seus dotes naturais a visitantes que também se encantaram com a hospitalidade e o carinho de que foram alvo.
            Para tristeza dos milhões de brasileiros e estrangeiros, hoje tudo termina; a cortina se fecha.
            Logo mais, num Maracanã certamente lotado, Alemanha e Argentina jogarão a última partida. O vencedor será o campeão do torneio.
            Não é o fechamento que o brasileiro esperava.
            Entre nós, o desejo era que a Seleção Canarinho fosse uma das protagonistas da grande final. Além de um prêmio ao esforço e aos sacrifícios feitos para que a Copa se tornasse realidade, seria a sonhada oportunidade de sepultar a tristeza pela perda do Mundial de 1950, no mesmo palco onde ocorreu a tragédia.
            Além de impedir que isso acontecesse, o destino “pegou pesado” com nosso time, expondo-o a humilhante resultado, na Semifinal, quando o selecionado alemão lhe aplicou a impiedosa goleada de 7 a 1.
            Restou-nos a oportunidade de disputar com a Holanda um melancólico terceiro lugar, em partida realizada ontem, antes de este texto ser produzido. Pouco importa se ganhamos ou perdemos. O ambicionado HEXA já havia se convertido em vergonhoso “vHEXAme”.
            Mas a Copa ainda “rola”, no seu momento culminante.
            A partida de logo mais, entre Argentina e Alemanha, tem tudo pra ser antológica.
            Será a terceira vez que as duas seleções se encontram numa final de Copa do Mundo. Uma batalha de gigantes que se torna a mais repetida em decisões de Mundiais. Nas duas primeiras edições, houve uma vitória para cada time.
            Consta que, além do interesse universal, a partida de hoje está provocando verdadeiro “barraco” nos bastidores do Vaticano. É que, enquanto Los hermanos têm as bênçãos e a torcida do conterrâneo Papa Francisco, a Alemanha não fica atrás, em termos de preferência pontifícia: o Papa Emérito Bento XVI, puro sangue germânico, está on-line com o Céu, “costurando” em favor de seu time.
            Nessa guerra papal, um brigando pela Argentina, outro pela Alemanha, é bem provável que Deus fique neutro e volte a ser brasileiro, ainda que tarde demais!
 
- Jornal de Domingo
- Diário do rio Doce

 

 

 

 

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