Infelizmente,
o Brasil tem contribuído bastante para engrossar a lista das tragédias
ocorridas nesse temido ciclo do ano.
Já
em 15.08.1909, registrou-se o assassinato de Euclides da Cunha, um dos maiores nomes
da literatura brasileira. O crime, como se recorda, foi cometido por Dilermando
Assis, um jovem militar que era amante de Anna de Assis, esposa do escritor.
Em 1961 o abalo ficou
por conta da renúncia de Jânio Quadros, o então presidente da República. Na
época ele não morreu, mas matou as esperanças de milhões de brasileiros,
provocando uma crise institucional sem precedentes na nossa história.
Algum
tempo depois, em pleno regime militar, ocorreu a morte do ex-presidente
Juscelino Kubitscheck, episódio que acabou de completar 38 anos. No dia 22.08.1976,
ele e seu motorista, Geraldo Ribeiro, iam de São Paulo para o Rio de Janeiro,
quando o Opala em que viajavam colidiu com uma carreta, após ser abalroado por
um ônibus. Assim diz a versão chapa-branca.
Não
bastassem esses casos para encerrar a participação brasileira na galeria dos
lamentáveis acontecimentos “agostinos”, veio o desastre aéreo em que morreu
Eduardo Campos, jovem candidato a presidente nas Eleições 2014. Por triste
coincidência, o fato se deu no mesmo dia (13) em que, no ano de 2005, faleceu
seu avô, Miguel Arraes, outro ilustre político brasileiro.
Em
meio a tudo isso, resta lembrar que hoje marca o 60º aniversário da morte do
ex-presidente Getúlio Vargas.
Grande personagem de uma época da qual ainda restam muitas
testemunhas, Vargas presidiu o Brasil em duas ocasiões. A primeira de 1930 a
1945, conhecida como Era Vargas, A segunda de 1951 a 1954, eleito por voto
direto.
Entre outras grandes iniciativas, implantou a Justiça do Trabalho, instituiu o
salário mínimo e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Direitos
trabalhistas, como carteira profissional, semana de trabalho de 48 horas e
férias remuneradas se incluem entre os frutos de seu governo.
Destacou-se ainda por
importantes criações, tipo a Cia. Siderúrgica Nacional, a Cia. Vale do Rio
Doce, a Hidrelétrica Vale do São Francisco, o BNDES e a Petrobrás.
Mas também ficou lembrado
pela perseguição a sindicalistas e intelectuais, cerceamento das liberdades
individuais e censura à imprensa, práticas comuns durante a ditadura do Estado
Novo.
Em 1954 a atmosfera
política no Brasil tornou-se tensa e conturbada. Os últimos dias de seu governo
foram assinalados por forte pressão política feita pelos meios de comunicação e
pelos militares. O povo estava insatisfeito com a situação econômica do país.
Exigia-se a renúncia do presidente.
Vargas optou por ele
próprio decidir seu destino. Cometeu suicídio, no dia 24 de agosto de 1954, com
um tiro no coração, encerrando uma das fases mais dramáticas da vida nacional.
Em sua carta-testamento
pontuou que “Saio da vida para entrar na história”. Levou consigo as
qualidades e os defeitos de um grande estadista.
Na capa de um livro sobre
o controverso político, lançado pelo jornalista
Lira Neto, o historiador Boris Fausto, um dos maiores especialistas em
"Era Vargas", escreveu que “Getúlio é, para o bem e para o mal, a
figura mais importante da história brasileira no século XX”. Ponto de vista não
se discute.
- Jornal de Domingo
- Diário do Rio Doce
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