Desde criança, ouço dizer que o melhor da
festa é esperar por ela. E acabei convencido disso. É de fato emocionante, a
ponto de, às vezes, ser gostoso, ficar na expectativa de um bom evento. Batizado,
primeira comunhão, aniversário, “debut”, formatura, casamento, réveillon, tudo
pode provocar ansiedade. Depende do quanto a gente se liga no lance.
Nesse
rol, o Natal é “hors concours”. Com seu significado especial, tornou-se a mais
carismática das celebrações. Arrasta gente de todas as idades, nas mais
diversas partes do mundo. É fenômeno universal. Aguardar por ele não é fácil.
O
clima de manjedoura se faz sentir logo no começo de outubro, com o surgimento
das primeiras anúncios comerciais, e age como um vendaval que se fortalece
enquanto avança, levando todos de roldão.
Quando
menos se assusta, ele está de volta, arrasador.
Abre-se
a temporada de esperanças, de sonhos e ideais. Chega o tempo de agradecer a
Deus, estender as mãos, pedir desculpas (hei,
você aí, é com você mesmo que estou falando!), perdoar, chorar ou sorrir, sem
contrariar o coração. É tempo de amor, compreensão, tolerância, humildade e solidariedade.
É tempo de família, de amigos e de abraços. É tempo de ser gente!
Mas
por que tudo isso, se, em termos de movimentos terrestres, o Natal é um dia como
qualquer outro?!
São
muitas as explicações, nem todas consistentes ou convincentes. Uma das mais
plausíveis seria o fato de, após tanto tempo de “cada um na sua”, o Natal abrir
oportunidade para, pelo menos na sua época, o ser humano se render ao “me
engana que eu gosto”. Acreditar que não há injustiças, não há violência, não há
corrupção, não há fome, não há abandono, não há sofrimentos, nem angústias, nem
desamor. Só felicidade e nada mais!
A
caminhada nessa direção é empolgante, mas requer paciência. São quase três
meses de músicas natalinas, vitrines e ruas enfeitadas, lojas superlotadas,
muitas luzes, confraternizações, trocas de presentes, amigos ocultos, cartinhas
para Papai Noel, mobilizações e viagens em busca da companhia querida.
Quanto
aos preparativos, quem curtiu, curtiu. Quem não curtiu, não curte mais; só no
ano que vem.
A
grande noite chegou, é de hoje para
amanhã. Depois, só ressaca e o gosto de já passou. Que sua espera seja recompensada!
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