quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

UFA, O NATAL CHEGOU!

            Desde criança, ouço dizer que o melhor da festa é esperar por ela. E acabei convencido disso. É de fato emocionante, a ponto de, às vezes, ser gostoso, ficar na expectativa de um bom evento. Batizado, primeira comunhão, aniversário, “debut”, formatura, casamento, réveillon, tudo pode provocar ansiedade. Depende do quanto a gente se liga no lance.
            Nesse rol, o Natal é “hors concours”. Com seu significado especial, tornou-se a mais carismática das celebrações. Arrasta gente de todas as idades, nas mais diversas partes do mundo. É fenômeno universal. Aguardar por ele não é fácil.
            O clima de manjedoura se faz sentir logo no começo de outubro, com o surgimento das primeiras anúncios comerciais, e age como um vendaval que se fortalece enquanto avança, levando todos de roldão.
            Quando menos se assusta, ele está de volta, arrasador.
            Abre-se a temporada de esperanças, de sonhos e ideais. Chega o tempo de agradecer a Deus, estender as mãos, pedir desculpas (hei, você aí, é com você mesmo que estou falando!), perdoar, chorar ou sorrir, sem contrariar o coração. É tempo de amor, compreensão, tolerância, humildade e solidariedade. É tempo de família, de amigos e de abraços. É tempo de ser gente!
            Mas por que tudo isso, se, em termos de movimentos terrestres, o Natal é um dia como qualquer outro?!
            São muitas as explicações, nem todas consistentes ou convincentes. Uma das mais plausíveis seria o fato de, após tanto tempo de “cada um na sua”, o Natal abrir oportunidade para, pelo menos na sua época, o ser humano se render ao “me engana que eu gosto”. Acreditar que não há injustiças, não há violência, não há corrupção, não há fome, não há abandono, não há sofrimentos, nem angústias, nem desamor. Só felicidade e nada mais!
            A caminhada nessa direção é empolgante, mas requer paciência. São quase três meses de músicas natalinas, vitrines e ruas enfeitadas, lojas superlotadas, muitas luzes, confraternizações, trocas de presentes, amigos ocultos, cartinhas para Papai Noel, mobilizações e viagens em busca da companhia querida.
            Quanto aos preparativos, quem curtiu, curtiu. Quem não curtiu, não curte mais; só no ano que vem.
            A grande noite chegou,  é de hoje para amanhã. Depois, só ressaca e o gosto de já passou. Que sua espera seja recompensada!

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