Chega
a hora em que não se pode mais ficar concentrado em acontecimentos recorrentes,
sobretudo quando eles nada têm de positivo, estimulantes ou agradáveis. Pelo
contrário, são profundamente incômodos e execráveis, não apenas por serem repetitivos,
mas pelo seu conteúdo indigesto, não raro afrontoso à inteligência e à cidadania
de quem a eles assiste.
É
o caso dos periódicos escândalos republicanos. Ocupando os espaços mais nobres
dos meios de comunicação, eles há muito vêm “torrando” a paciência popular.
Nos últimos anos, a
situação piorou. Não se fala em outra coisa senão em bandidos de colarinho
branco que roubam a cena, saqueando os cofres públicos. Destaque para os badalados
personagens do “mensalão”, do “petrolão” e de outros recentes e vergonhosos episódios
da vida nacional.
Os tolos que se
amarram nesses lances não sabem ou não percebem que há coisas mais interessantes
pra ver.
Ainda agora, desenrolam-se
os Jogos Pan-Americanos de Toronto, mostrados em tempo real, um espetáculo imperdível.
O Brasil se faz
presente, exibindo surpreendente evolução em várias modalidades desportivas. Tem
alcançado resultados históricos e aparece como a terceira melhor delegação de
certame. Até a última sexta-feira, havia conquistado 121 medalhas, sendo 34 de ouro,
bem mais do que Cuba, Colômbia, México, Argentina e outros tradicionais “bichos-papões”
de troféus.
Para os que não são
chegados ao esporte, a pedida é se servir de um bom vinho ou de um legítimo scotch, acomodar-se numa confortável
poltrona, se possível bem acompanhado, e curtir na telinha as emoções de “Desejos
Secretos”.
A meganovela da Globo
está “matando”. Exibida nos fins de noite, ela mostra o
submundo da prostituição de luxo, camuflado pelo glamour do universo da moda.
Com bom elenco,
esmerado acabamento e bem dosado erotismo, o folhetim tem levado os
telespectadores à loucura, exibindo cenas excitantes, interpretadas por atores
de grande beleza física. Coisa pra ninguém botar defeito.
Convenhamos, pois,
não haver justificativa para permanecer fissurado no noticiário
político-econômico, que cuida apenas de gente safada e suas bandalheiras, ou de
situações em que o povo só ganha quando perde pouco.
As óbvias exceções
ficariam por conta das matérias que despertem alguma esperança, tipo as que
falem de possíveis mudanças no comando do país. Mas até nessa hipótese
específica o brasileiro se sentiria hoje numa sinuca de bico.
Se, por alguma das várias
razões já diagnosticadas e amplamente conhecidas, Dilma Rousseff decidisse “jogar
a toalha”, ou fosse ejetada do trono presidencial, seu substituto automático
seria o vice-presidente Michel Temer, que pouco tem de admirável, além de uma
bela esposa. Na linha sucessória, viriam, pela ordem, o presidente da Câmara,
Eduardo Cunha; o presidente do Senado, Renan Calheiros; e o presidente do
Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowisk, figuras tão queridas quanto o horário
eleitoral gratuito.
No caso de uma nova
eleição, as opções naturais seriam os clássicos Aécio Neves, Geraldo Alckmin,
José Serra e Marina Silva, políticos determinados e corajosos, que, na
oposição, têm sido quase tão competentes e brilhantes quanto os craques da
Seleção canarinho. Na disputa, se ele ainda reunir condições “técnicas” para fazê-lo,
certamente estaria o emérito palestrante Lula “Brahma” da Silva, cada vez mais experiente
na arte de embromar.
Melhor assistir ao “Domingão
do Faustão”. O sacrifício será menor!
- Diário do rio Doce - 26.07.2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário