Incorporou-se
definitivamente ao anedotário brasileiro o sermão daquele padre que, na missa
dominical, após fazer apologia das vantagens celestiais, perguntou aos fieis:
-
Quem quer ir pro Céu?
Todos levantaram as mãos.
Arrematando,
o sacerdote indagou:
- Agoooora?!
Nenhum braço permaneceu erguido.
A intenção do
sacerdote era mostrar que tudo tem sua hora de acontecer. Não convém
precipitar.
É mais ou menos o que se passa com a presidente
Dilma Rousseff.
Antes, já se cogitava
em vê-la pelas costas. Depois de janeiro, entretanto, quando ela iniciou seu segundo
mandato, conquistado na base de inverdades e promessas enganosas, só se ouve “fora
Dilma”. O grito está na boca de trabalhadores, aposentados, homens, mulheres,
jovens e velhos de todas as idades. Ganhou as ruas, a mídia e se tornou a
palavra de ordem nacional.
Ao que parece, todos a
querem fora do poder.
No meio empresarial,
esse desejo é indisfarçável, mas fica reprimido nos bastidores. Por motivos óbvios, não pode ser
escancarado.
Parlamentares da
oposição já entregaram a Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos
Deputados, dois pedidos de impeachment da madame. Ambos elaborados a quatro
mãos, pelos famosos juristas Miguel Reale Júnior e Hélio Bicudo. Este último,
ironicamente, fundador do Partido dos Trabalhadores.
Nem mesmo os petistas
e os demais integrantes da presumível base aliada do governo estão coesos.
Muitos não escondem o “sonho” de ver sangue novo no Planalto.
Mas o que estaria
“pegando” para que isso aconteça?
O medo de um conflito
institucional não faz sentido. Apesar de toda a bagunça que se vê, nossas
instituições têm se mostrado firmes e fiéis aos princípios constitucionais.
Também não caberia o
receio de agravamento da crise econômico-financeira e social, pois, ao que
parece, pior do que está não tem como ficar.
Talvez se entenda uma
preocupação quanto ao eventual sucessor de Dilma. Se a escolha ficar entre
Michel Temer, Eduardo Cunha, Renan Calheiros e Ricardo Lewandowski a coisa
torna-se complicada. Seria trocar seis por menos do que meia dúzia.
Como em política toda
conjetura é válida, há os que se apegam a uma explicação revestida de alguma
lógica.
Até os mais leigos no
assunto sabem que, depois dos desacertos administrativos e das falcatruas
cometidas nos últimos anos, a recuperação do país requer ações duras e
impopulares. Mas ninguém quer ser responsável pela sua adoção. Quem pariu
Mateus que o embale!
Bem ou mal elaborada,
encontra-se sob a apreciação do Congresso Nacional uma série de medidas que, se
implementadas, provocarão enorme descontentamento popular. Entre elas, a volta
da famigerada CPMF, que, em passado recente, tanto dinheiro extorquiu dos
brasileiros.
A estratégia consiste
em esperar que essa “caixa de maldades” seja aprovada sob a pressão e o
patrocínio do governo atual. Uma vez identificada como a “mãe da criança”,
Dilma poderia ser jogada aos leões. .
Assim como na homilia
dominical, o povo quer que a presidente saia. Seus substitutos legais também
querem, mas não têm pressa.
Pelo menos no desejo,
todos se unem. Já é um alento!
- Diário do Rio Doce
- www.nosrevista.com
NENHUM LEÃO QUER A DILMA ROUSSEFF POR PERTO!!! ELA É INTRAGAVEL!!
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