quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

INTERMINÁVEL FIM DE ANO

Por Etelmar Loureiro

            Terminados os agitos do Natal e do “réveillon”, o desafio passa a ser acomodar na agenda tudo o que está programado para o “restinho” de 2018.
            De cara, Governador Valadares estará às voltas com o aniversário da cidade, 30/01. Cairá numa terça-feira, com toda pinta de ser o primeiro feriadão do ano.
            Até 13 de fevereiro, não tem pra ninguém; Momo já reina absoluto. O espírito carnavalesco que habita a alma do povo brasileiro se sobrepõe a qualquer outro chamamento.  Nada consegue desviar a concentração dos foliões, exceto – claro! – a fatura do cartão de crédito, engordada pelas compras de fim de ano, e os gastos com IPTU, IPVA, matrículas e materiais escolares, inevitáveis nesta época.
            Quando o pessoal começar a se recompor da refrega carnavalesca, virá a Semana Santa, nova pausa para descanso de pelo menos três dias. Chance de outra esticada às áreas de lazer, em busca de bronzeado e forças para enfrentar o feriadão que virá logo a seguir. Para a “tristeza” geral, o Dia do Trabalhador, 01/05, também será uma terça-feira, e, como de praxe, deverá ser engordado pelos três dias que o antecederão.
Os que perderem essa “boca” não precisarão ficar tristes. O “Corpus Christi” virá no final de junho, e, pra variar, será celebrado numa quinta-feira, com certeza de “espichamento”.
Bafejado pela sorte, o valadarense terá, ainda, de lambuja, numa plena quarta-feira, o feriado de 13/06, dedicado a Santo Antônio, o seu padroeiro.
             A essa altura, o Brasil já estará vestido de verde e amarelo. Todas as antenas estarão voltadas para a Rússia, onde, em 14.06, se iniciará a Copa do Mundo, envolvendo jogos quase todos imperdíveis. Nos 30 dias seguintes, ninguém pensará noutra coisa, senão em futebol.
            Além de incluir partidas do Mundial, julho é época de férias escolares, que sempre acarretam mais viagens e outras induções ao relax.
            Quando setembro vier, haja coração!  Afora as festividades alusivas à Semana da Pátria – e o 07/09 será uma sexta-feira!!! –, o brasileiro estará convivendo com a reta final da campanha política.
            As eleições para presidente, governadores, senadores, deputados federais, estaduais e distritais (estes só em Brasília) acontecerão no início de outubro (07), e tudo leva a crer que a disputa será ferrenha.
            Se necessário, o segundo turno está previsto para 28/10, na base do salve-se quem puder. Será “briga de cachorro grande”.
            Num piscar de olhos, novembro e dezembro estarão de volta. Abre-se nova temporada de luzes coloridas, vitrines, ruas e árvores iluminadas, Papai Noel, “jingle Bells”, perus, leitoas, frutas de época, panetones, champanhes e show de Roberto Carlos. Tudo na base do “vale a pena ver (e consumir) de novo”.
            Nesse ponto, quem até então nada fez, dificilmente fará alguma coisa; “Inês estará morta”! Outra folhinha irá para a lixeira, sem direito a prorrogação.
            O calendário oficial deste ano contempla 14 datas comemorativas, entre feriados nacionais e pontos facultativos.
            Muitos consideram essa quantidade excessiva, responsabilizando-a por prejuízos econômicos. Entretanto, em comparação com Estados Unidos, Canadá, França e outros grandes países, a análise não se sustenta. Quanto a isso, estamos bem próximos deles, que nada reclamam.
            O detalhe é que, em várias dessas nações, os feriados móveis são transferidos para segunda ou sexta-feira, como forma de evitar os “enforcamentos”. O Brasil quer fazer o mesmo, mas depende da aprovação de projeto de lei que tramita no Congresso Nacional.
            Até então, o 1º de janeiro continuará sendo apenas o começo de um novo epílogo.
Melhor para os que se mantêm no “clima”, e só descansam nos finais do ano. Curtem eterna malandragem!


- Diário do Rio Doce – 04.01.2018I

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