sábado, 10 de dezembro de 2011

"PUB.STADIUM"

             Não só praças esportivas, aeroportos, meios de transporte, hotéis, motéis, bares e restaurantes estão sendo modificados em função dos grandes eventos esportivos que o Brasil sediará nos próximos anos. Tudo e todos se movimentam no mesmo sentido.
            Figuras do cotidiano estão empenhadas em modificar hábitos, costumes e a própria identidade, para melhor se aproveitarem da onda.
            Prostitutas tomam aulas de glamour, etiqueta e preferem se apresentar como “agentes do sexo”. Cafetões e cafetinas só atendem sob o codinome de “consultores do prazer”. Mendigos se organizam em associações e se transformam em “solicitantes de aportes”. Assaltantes estudam línguas estrangeiras e fazem cursos de boas maneiras, para se tornarem “parceiros do patrimônio alheio”. O importante é ficar bem nas fotos.
            Isso acaba exigindo mudanças nas regras e princípios que regulam o comportamento social.
           Já é quase certa, por exemplo, a liberação da venda de bebida alcoólica nos estádios, durante a Copa. A generosidade consta do relatório que o deputado Vicente Cândido (PT-SP) apresentou à comissão que vai decidir sobre o Projeto de Lei que trata das normas negociadas com a FIFA e institui a Lei Geral da Copa.
           De início, a bancada de abstêmios teria batido pé, exigindo que a liberalidade só durasse enquanto a seleção brasileira permanecesse na disputa. Pelo que se vê atualmente, esse tempo seria muito curto, não justificando o empenho. Segundo as más línguas, a idéia só não abortou graças à pronta interferência da Budweise, patrocinadora do evento, que com “habilidade” conseguiu harmonizar os interesses.
           Outro empecilho teria sido a intenção de só se permitir a venda de bebidas de baixo teor alcoólico, excluídas, pois, a tradicional “marvada” e outras destiladas. Lula teria entrado em ação para resguardar interesses e liberar geral.
           No momento, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, declarou-se “totalmente contra”. Mas Aldo Rebelo, ministro do Esporte, perguntou: “No estádio não pode ter bebida e no show da Madonna pode?” Pra aquecer a discussão, ironizou dizendo que “daqui a pouco, pela marcha da posição de certas corporações, vamos terminar banindo a bebida alcoólica do carnaval”.
           O fato é que a polêmica se instalou e a votação na Câmara poderá ocorrer nesta semana. Se aprovada, a venda de bebida será autorizada já a partir da sanção da lei.
           Entusiasmados, os adeptos do “pub.stadium” já estão pensando em uma forma de conseguir o recolhimento dos “bafômetros”, nos dias de jogos, pelo menos até as Olimpíadas de 2016.  Projeto de Lei nesse sentido seria em breve apresentado, com apoio dos experientes Romário e Aécio Neves, para tramitar em regime de urgência. Há chances de aprovação.
 

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