domingo, 14 de julho de 2013

RESULTADOS À VISTA

               Ao longo de sua história, Valadares tem se notabilizado pela paciência e a tolerância com que encara as promessas recebidas.
              Entre as contemporâneas, destacam-se a instalação de um grande empreendimento industrial, a reforma e aparelhamento do aeroporto Coronel Altino Machado, a vinda do gasoduto e a duplicação da BR-381. Sem falar em obras de menor porte, mas não menos importantes, como a restauração do prédio da Açucareira e a reforma do Teatro Atiaia.
            São demandas que há muito vêm servindo de plataforma eleitoral para políticos oportunistas, que nelas se apegam para obter preciosos votos. Chegam a ser festejadas como se concluídas estivessem. Mas o tempo passa, os administradores se sucedem, as eleições se repetem, os candidatos se revezam e nada se faz.
            O desprestígio político, o desinteresse das autoridades, a escassez de recursos certamente dificultam as coisas. A desunião comunitária, entretanto, é o que mais prejudica.
            Depois de longo tempo inertes e desarticuladas, as lideranças valadarenses demonstram haver caído na real. Já há indícios de que despertaram para a importância de se aglutinarem.
Ao assumir a presidência da Associação Comercial e Empresarial (ACE/GV), em março último, Edison Gualberto destacou a necessidade de união dos empresários e das entidades classistas, como forma de fomentar o desenvolvimento local. Sinalizando novos tempos, disse que “estamos propondo, e estamos certos de que teremos sucesso, uma união de forças, uma parceria com as demais entidades empresariais da cidade (...) e demais órgãos representativos de classe, para que, fortalecidos, em um direcionamento acordado, possamos implementar ações que promovam o crescimento e o desenvolvimento de Governador Valadares e consequentemente da nossa região”.
            Não era apenas discurso de posse, um jogo de palavras calculadas, em busca de aplausos. Gualberto falava sério, não jogava para a plateia.
            Poucos meses depois, os resultados se fazem sentir. Associação Comercial, FIEMG Regional, CDL e Sindicomércio já formam um bloco consistente e harmonioso, sem prejuízo da autonomia e independência próprias. Seus diretores promovem frequentes reuniões, onde saudável troca de ideias e informações tem contribuído para otimizar as ações daquelas entidades.
            O sinal mais evidente dessa aglutinação está em painéis expostos no salão nobre da ACE-GV. Trata-se Casa do Empresário, empreendimento arrojado que, quando executado, será o domicílio do grupo e o local onde o empresariado valadarense receberá o mais amplo e completo atendimento.
            Outra mostra de coesão foi o documento que em conjunto encaminharam à Prefeitura, cobrando informações sobre as obras de que necessita o terminal aeroviário local.
            Por enquanto, são apenas quatro forças reunidas, mas a elas outras deverão se juntar. Entidades como Sindicato Rural, União Ruralista, OAB, Associação Médica e as agremiações estudantis, extremamente representativas, são aliadas indispensáveis.
O movimento das ruas recolocou em evidência o velho ditado segundo o qual a união faz a força. É do que Valadares necessita, para passar de complacente a exigente de seus direitos.

* Jornal de Domingo
* Diário do Rio doce

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