Ao
longo de sua história, Valadares tem se notabilizado pela paciência e a tolerância
com que encara as promessas recebidas.
Entre
as contemporâneas, destacam-se a instalação de um grande empreendimento
industrial, a reforma e aparelhamento do aeroporto Coronel Altino Machado, a
vinda do gasoduto e a duplicação da BR-381. Sem falar em obras de menor porte,
mas não menos importantes, como a restauração do prédio da Açucareira e a
reforma do Teatro Atiaia.
São
demandas que há muito vêm servindo de plataforma eleitoral para políticos
oportunistas, que nelas se apegam para obter preciosos votos. Chegam a ser festejadas
como se concluídas estivessem. Mas o tempo passa, os administradores se
sucedem, as eleições se repetem, os candidatos se revezam e nada se faz.
O
desprestígio político, o desinteresse das autoridades, a escassez de recursos certamente
dificultam as coisas. A desunião comunitária, entretanto, é o que mais prejudica.
Depois
de longo tempo inertes e desarticuladas, as lideranças valadarenses demonstram
haver caído na real. Já há indícios de que despertaram para a importância de se
aglutinarem.
Ao assumir a
presidência da Associação Comercial e Empresarial (ACE/GV), em março último, Edison
Gualberto destacou a necessidade de união dos empresários e das entidades classistas, como
forma de fomentar o desenvolvimento local. Sinalizando novos tempos, disse que “estamos
propondo, e estamos certos de que teremos sucesso, uma união de forças, uma
parceria com as demais entidades empresariais da cidade (...) e demais órgãos
representativos de classe, para que, fortalecidos, em um direcionamento
acordado, possamos implementar ações que promovam o crescimento e o
desenvolvimento de Governador Valadares e consequentemente da nossa região”.
Não
era apenas discurso de posse, um jogo de palavras calculadas, em busca de aplausos.
Gualberto falava sério, não jogava para a plateia.
Poucos
meses depois, os resultados se fazem sentir. Associação Comercial, FIEMG
Regional, CDL e Sindicomércio já formam um bloco consistente e harmonioso, sem
prejuízo da autonomia e independência próprias. Seus diretores promovem
frequentes reuniões, onde saudável troca de ideias e informações tem
contribuído para otimizar as ações daquelas entidades.
O
sinal mais evidente dessa aglutinação está em painéis expostos no salão nobre
da ACE-GV. Trata-se Casa do Empresário, empreendimento arrojado que, quando executado,
será o domicílio do grupo e o local onde o empresariado valadarense receberá o
mais amplo e completo atendimento.
Outra
mostra de coesão foi o documento que em conjunto encaminharam à Prefeitura,
cobrando informações sobre as obras de que necessita o terminal aeroviário local.
Por
enquanto, são apenas quatro forças reunidas, mas a elas outras deverão se
juntar. Entidades como Sindicato Rural, União Ruralista, OAB, Associação Médica
e as agremiações estudantis, extremamente representativas, são aliadas
indispensáveis.
O movimento das ruas
recolocou em evidência o velho ditado segundo o qual a união faz a força. É do
que Valadares necessita, para passar de complacente a exigente de seus
direitos.
* Jornal de Domingo
* Diário do Rio doce
* Jornal de Domingo
* Diário do Rio doce
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