Causa, circunstância ou
outros fatores, a morte de gente famosa quase sempre envolve mistério,
controvérsia ou, no mínimo, alguma curiosidade.
Em visita a Dallas, em 1963, o então presidente dos
Estados Unidos, John Kennedy, desfilando em carro aberto, foi fatalmente atingido
por dois tiros. Lee Oswald, que trabalhava em um depósito de onde partiram os
disparos, foi preso e responsabilizado. Pouco depois, quando era levado para
outra prisão, também acabou assassinado por Jack Ruby. Ainda há a presunção de que
Kennedy não foi eliminado por Oswald, mas sim pela CIA, por ser contrário a
certos tipos de operações da agência.
A morte da Princesa
Diana, em trágico acidente de carro ocorrido em Paris (agosto/1997), ainda está
submersa em várias suspeitas. Fala-se em queima de arquivo, em trama muçulmana
para eliminar Dodi Al-Fayed (o bilionário egípcio que a acompanhava), e até em
responsabilização da Família Real inglesa. Sem contar a teoria de que Diana e
Dodi estariam vivos, e que tudo não passou de um plano para que pudessem curtir
a vida a dois, longe da mídia. Muitas investigações foram feitas para
determinar as causas da violenta batida, mas nada foi encontrado, além de
sinais de fatalidade.
A célebre atriz Marilyn Monroe é responsável
por outra dúvida. Sua morte ocorreu em agosto de 1962, enquanto dormia. Na
ocasião, especulou-se que sua ligação com a família Kennedy e com o gângster
Sam Giancana teria feito dela uma ameaça a segurança nacional. Isso
justificaria seu assassinato. Prevalece, contudo, a versão oficial de overdose
pela ingestão de barbitúricos.
No Chile, a morte do
ex-presidente Salvador Allende, registrada durante o golpe militar comandado
por Augusto Pinochet, só foi esclarecida 40 anos depois. Perícia realizada em seus restos mortais
mostrou que ele não foi assassinado, cometeu suicídio.
Já o poeta chileno Pablo
Neruda morreu de câncer. A afirmação foi
dada pelo diretor do IML do Chile, no último dia 8, ao divulgar laudo unificado
de legistas espanhóis, chilenos e norte-americanos sobre a “causa mortis” do Prêmio
Nobel de Literatura. Até então, predominava a suspeita de que ele teria sido
envenenado, em 1973, por ordem de Pinochet.
O Brasil coleciona
vários casos intrigantes.
Um dos mais
emblemáticos envolve o ex-presidente Getúlio Vargas que, segundo a história, se
suicidou. Porém a atriz Virgínia Lane – para quem ”a barriguinha dele
atrapalhava, mas tudo se resolvia na horizontal” – tem outra versão: “Eu estava na cama com ele. Entraram
quatro mascarados e atiraram no presidente. GG mandou o (segurança) Gregório me
atirar pela janela (para me proteger). Fraturei costela e braços. Vou contar
isto no meu livro de memórias, que está no prelo. Eu morro, dizendo a verdade”.
O fim do ex-presidente
Juscelino Kubitscheck é outro poço de dúvidas. Até hoje não se sabe, com
absoluta certeza, se o episódio em que ele perdeu vida, na Rodovia Presidente
Dutra, foi acidental ou premeditado.·.
Da mesma forma, a morte
de Tancredo Neves deixou sérias indagações. As circunstâncias em que os fatos
se desenrolaram, agravadas por inconcebíveis erros médicos, se transformaram em
fantasmas que dificilmente serão exorcizados.
No momento, o foco está
direcionado para o ex-presidente João Goulart, deposto pelo golpe militar de
1964 e morto no exílio, em 1976. Seus restos mortais foram recentemente
exumados, para exame. O objetivo é apurar a causa
de seu falecimento, apontada como sendo ataque cardíaco. Suspeita-se que ele
tenha sido envenenado.
A perícia deverá
estar concluída até 6 de dezembro, data da morte de Jango, quando seu corpo
retornará para São Borja (RS), para novo sepultamento, agora com honras de
chefe de Estado.
Há hoje ampla
tecnologia capaz de comprovar cientificamente o que de fato aconteceu. Dizem os
especialistas que a margem de êxito fica bem próxima de 100%.
A esperança é que isso estimule a busca de outras
verdades, sejam elas quais forem, e doam em quem doer. A história ganhará mais
credibilidade.
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Jornal de Domingo
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Diário do Rio Doce
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