domingo, 17 de novembro de 2013

MISTÉRIOS E VERDADES

            Causa, circunstância ou outros fatores, a morte de gente famosa quase sempre envolve mistério, controvérsia ou, no mínimo, alguma curiosidade.
Em visita a Dallas, em 1963, o então presidente dos Estados Unidos, John Kennedy, desfilando em carro aberto, foi fatalmente atingido por dois tiros. Lee Oswald, que trabalhava em um depósito de onde partiram os disparos, foi preso e responsabilizado. Pouco depois, quando era levado para outra prisão, também acabou assassinado por Jack Ruby. Ainda há a presunção de que Kennedy não foi eliminado por Oswald, mas sim pela CIA, por ser contrário a certos tipos de operações da agência.
            A morte da Princesa Diana, em trágico acidente de carro ocorrido em Paris (agosto/1997), ainda está submersa em várias suspeitas. Fala-se em queima de arquivo, em trama muçulmana para eliminar Dodi Al-Fayed (o bilionário egípcio que a acompanhava), e até em responsabilização da Família Real inglesa. Sem contar a teoria de que Diana e Dodi estariam vivos, e que tudo não passou de um plano para que pudessem curtir a vida a dois, longe da mídia. Muitas investigações foram feitas para determinar as causas da violenta batida, mas nada foi encontrado, além de sinais de fatalidade.
             A célebre atriz Marilyn Monroe é responsável por outra dúvida. Sua morte ocorreu em agosto de 1962, enquanto dormia. Na ocasião, especulou-se que sua ligação com a família Kennedy e com o gângster Sam Giancana teria feito dela uma ameaça a segurança nacional. Isso justificaria seu assassinato. Prevalece, contudo, a versão oficial de overdose pela ingestão de barbitúricos.
            No Chile, a morte do ex-presidente Salvador Allende, registrada durante o golpe militar comandado por Augusto Pinochet, só foi esclarecida 40 anos depois.  Perícia realizada em seus restos mortais mostrou que ele não foi assassinado, cometeu suicídio.
            Já o poeta chileno Pablo Neruda morreu de câncer.  A afirmação foi dada pelo diretor do IML do Chile, no último dia 8, ao divulgar laudo unificado de legistas espanhóis, chilenos e norte-americanos sobre a “causa mortis” do Prêmio Nobel de Literatura. Até então, predominava a suspeita de que ele teria sido envenenado, em 1973, por ordem de Pinochet.
            O Brasil coleciona vários casos intrigantes.
            Um dos mais emblemáticos envolve o ex-presidente Getúlio Vargas que, segundo a história, se suicidou. Porém a atriz Virgínia Lane – para quem ”a barriguinha dele atrapalhava, mas tudo se resolvia na horizontal” – tem outra versão: “Eu estava na cama com ele. Entraram quatro mascarados e atiraram no presidente. GG mandou o (segurança) Gregório me atirar pela janela (para me proteger). Fraturei costela e braços. Vou contar isto no meu livro de memórias, que está no prelo. Eu morro, dizendo a verdade”.
            O fim do ex-presidente Juscelino Kubitscheck é outro poço de dúvidas. Até hoje não se sabe, com absoluta certeza, se o episódio em que ele perdeu vida, na Rodovia Presidente Dutra, foi acidental ou premeditado.·.
            Da mesma forma, a morte de Tancredo Neves deixou sérias indagações. As circunstâncias em que os fatos se desenrolaram, agravadas por inconcebíveis erros médicos, se transformaram em fantasmas que dificilmente serão exorcizados.
            No momento, o foco está direcionado para o ex-presidente João Goulart, deposto pelo golpe militar de 1964 e morto no exílio, em 1976. Seus restos mortais foram recentemente exumados, para exame. O objetivo é apurar a causa de seu falecimento, apontada como sendo ataque cardíaco. Suspeita-se que ele tenha sido envenenado.
 A perícia deverá estar concluída até 6 de dezembro, data da morte de Jango, quando seu corpo retornará para São Borja (RS), para novo sepultamento, agora com honras de chefe de Estado.
            Há hoje ampla tecnologia capaz de comprovar cientificamente o que de fato aconteceu. Dizem os especialistas que a margem de êxito fica bem próxima de 100%.
            A esperança é que isso estimule a busca de outras verdades, sejam elas quais forem, e doam em quem doer. A história ganhará mais credibilidade.

·          Jornal de Domingo
·          Diário do Rio Doce

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