Na
previsão da OMS, em 2015, essas ocorrências serão a terceira maior causa de
morte, ultrapassando as guerras e as várias doenças para as quais ainda não há
esperança de cura.
As
autoridades brasileiras, sempre que se manifestam sobre o assunto, não hesitam
em apontar os motoristas alcoolizados como os grandes vilões da história.
Poucos têm a coragem de assumir que a situação decorre também – talvez em maior
proporção – das péssimas condições de nossas pistas de rolamento e da falta de
uma fiscalização eficiente.
Nota-se,
ainda, a ausência de uma política pública que priorize a educação, não a
arrecadação. Algo capaz de conscientizar o chofer dos riscos a que se submete e
que impõe a terceiros, quando dirige sob efeito de bebida alcoólica ou comete
outras imprudências no trânsito.
De
considerar, também, o acentuado crescimento da frota de veículos e do número de
motoristas, o que contribui para elevar o risco de acidentes.
A
composição da frota, por sua vez, merece análise mais aprofundada, pois boa
parte dos veículos são motocicletas, que não raro são as causadoras dos
acidentes.
Longe
de ser privilégio das grandes metrópoles, o movimento sobre duas rodas
alastrou-se pelas cidades do interior, onde as pessoas abandonaram o hábito de
caminhar ou de pedalar suas bicicletas, para pilotar uma moto que lhes confere
outro “status” social, com mais mobilidade, velocidade e economia.
O
contingente de motocicletas cresceu muito. Infelizmente, menos que as mortes de
seus pilotos e caronas.
Analistas
dizem que Valadares tem o trânsito mais caótico do Leste de Minas. Situação
delicada, que requer estudos minuciosos, voltados para uma solução satisfatória
e definitiva.
Como
em outras localidades, nossas vias públicas são ferrenhamente disputadas por automóveis,
ônibus, caminhões, camionetes, motos, bicicletas, carroças, carrinhos de
ambulantes, cadeiras de rodas, carrinhos de bebê e até por pedestres.
Há
cruzamentos perigosíssimos, sem semáforos, onde graves acidentes se repetem
diariamente. Há vias mal planejadas e mal conservadas. Há enorme dificuldade de
estacionamento no centro da cidade. Há cargas e descargas em locais e horários
absolutamente impróprios. Há, enfim, problemas de toda ordem, que se arrastam
por longos anos.
Também
aqui a frota não para de crescer, sem que tenhamos um transporte público de
qualidade, que permita ao cidadão deixar o carro na garagem e utilizar ônibus.
Pelo
visto, o engarrafamento total só seria evitado se alguém, com “peito” e
competência, limitasse a frota de veículos à efetiva capacidade de suporte da
cidade. Na base do “tira e põe”, o licenciamento de um novo dependeria de que
um velho da mesma espécie saísse de circulação.
A
ideia pode parecer doida, mas seria a solução, para um problema maluco.
Quem
se habilita?
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