sábado, 5 de julho de 2014

A COPA MAIOR

            Nas 20 edições da Copa do Mundo, apenas cinco países tiveram a oportunidade de sediá-la por duas vezes: Itália (1934 e 1990), França (1938 e 1998), México (1970 e 1986), Alemanha (1974 e 2006) e Brasil (1950 e 2014).
            A reprise mais esperada foi a nossa; demorou 64 anos.
            Esse longo tempo mostra o quanto são privilegiados os brasileiros que acompanharam o primeiro e estão podendo testemunhar o segundo evento.
            No distante 1950, os torcedores que não tinham condições de frequentar os estádios se contentavam com “ver o jogo” através do rádio. Locutores como Ary Barroso, Luiz Mendes, Antônio Cordeiro, Jorge Curi e outros ícones da época conseguiam descrever e transmitir as emoções das partidas, com a mais absoluta fidelidade.  E a galera vibrava, intensamente.
Desde então, bastante coisa mudou, e como mudou!
Há muito consolidadas e sempre aperfeiçoadas, as transmissões por TV passaram a permitir que as Copas fossem vistas, ao vivo e a cores, de qualquer parte do planeta. Além disso, sob melhores condições de transporte, ficou fácil viajar para assistir aos jogos, onde quer que estejam sediados.
A cada realização do evento, surgem inovações e modernidades de todo tipo, tanto em termos de som e imagem, quanto no tocante a conforto, segurança e mobilidade.
Para a Copa 2014, o Brasil teve que reformar os velhos e construir novos estádios, observado o padrão Fifa. Hoje temos 12 arenas do mais alto nível, em condições de receber, além do futebol e outros esportes, quaisquer tipos de eventos.
Também foram feitas importantes melhorias no setor hoteleiro, nos meios de transporte, comunicação, segurança e mais coisas que ainda poderão emergir do balanço final.
Se algumas promessas deixaram de ser cumpridas, a principal foi honrada: a Copa brasileira é real e é sucesso.
Desde o seu início, o Brasil transformou-se numa megafeira internacional, onde pessoas de diferentes cores, raças, credos e nacionalidades se confraternizam, de forma alegre e civilizada, em torno do maior acontecimento futebolístico mundial. Tudo emoldurado por imensas belezas naturais e um clima acolhedor que deixam encantados os visitantes.
A competição caminha para um “grand finale” de arrepiar, marcado para o próximo domingo. Com certeza, haverá choro e ranger de dentes.
Se até agora as emoções levaram muita gente para o divã, convém que as últimas partidas sejam assistidas na companhia de um cardiologista competente e sem problemas cardíacos. Por precaução, também seria bom aumentar o seguro de vida.
Na falta de uma bola de cristal, é impossível saber quem será o Campeão. O jeito é torcer e rezar para que sua Seleção não decepcione.
Uma coisa é certa: o “Troféu da Fifa” será de quem ganhar o jogo. O “Troféu da Copa”, entretanto, símbolo da simpatia, da hospitalidade e da alegria de um povo que faz a diferença, esse já tem dono: é do brasileiro, sem discussão.
 
- Jornal de Domingo

 

 

 

Um comentário:

  1. Muito bem escrito, meu pai .. A Copa é do Brasil, pela elegância demostrada pelos brasileiros !!!!!

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