sexta-feira, 11 de maio de 2018

CONFRONTANDO CIDADES


Por Etelmar Loureiro

- Diário do Rio Doce - 10.05.2018

            Sempre que visito outras localidades, sobretudo as que se parecem com Governador Valadares, esforço-me para conhecer ao máximo as suas características, na intenção de estabelecer comparações.
            Refiro-me a Passo Fundo, norte do Rio Grande do Sul, onde agora estou.
            Fundado em 1857, esse belo rincão gaúcho possui em torno de 200 mil habitantes.  Situa-se a 290 quilômetros da capital do estado, Porto Alegre. O clima é tido como temperado, mas, no correr do ano, se divide entre um verão causticante e um inverno de assustar esquimó.
            A economia local se baseia no agronegócio, no comércio e na prestação de serviços, com ênfase para os setores de saúde e educação.
            Dispõe de boa infraestrutura de hotéis, lojas de vestuário e eletrodomésticos, bares, restaurantes, cinemas, teatro, museus, bom shopping Center, além de um cemitério crematório de alto nível, recurso pouco comum em cidades interioranas.
Abriga algumas empresas de grande porte, inclusive uma usina de biodiesel (BSBIOS) e uma fabricante de máquinas e implementos agrícolas (KHUL), que em muito contribuem para turbinar a receita tributária.
Considerada polo em saúde, conta com nove hospitais, inclusive o Hospital São Vicente de Paulo, considerado a quinta empresa mais rentável dos três estados do Sul, no setor saúde.
No campo educacional, há nove instituições de ensino superior, entre elas uma universidade federal.
A taxa de analfabetismo da localidade é de 2,18%, bem abaixo da média brasileira, situada em quase 12%.
Afora todos esses detalhes, Passo Fundo chama a atenção por apresentar um bom aspecto de limpeza urbana; ruas, avenidas, praças públicas e passeios bem conservados; afora um visual arquitetônico que impressiona pela quantidade e boa qualidade de elevados edifícios residenciais e comerciais.
Passo Fundo e Valadares têm muito em comum, a começar pela precariedade de seus aeroportos acanhados, carentes de equipamentos de navegação aérea e de outras melhorias. Além disso, estão adequadamente localizadas em relação aos pontos com os quais precisam interagir, são urbanisticamente bem traçadas, progressistas, hospitaleiras e possuem vasto campo para se desenvolver.
            Intrinsecamente, entretanto, as divergências parecem ser bem maiores do que as convergências.
            No quesito cultura, por exemplo, Passo Fundo se posiciona bem à frente, a ponto de deter o título de Capital Nacional da Literatura, outorgado por Lei Federal. Ademais, a cidade possui inúmeras entidades de tradições regionais, inclusive 10 Centro de Tradições Gaúchas.
            Enquanto isso, Valadares, com seus mais de 280 mil habitantes, aguarda há vários anos a prometida restauração do prédio da antiga Açucareira (Cardo), hoje em ruínas, onde, só Deus sabe quando, um dia funcionará um Centro de Convenções. Isso sem falar no Teatro Atiaia, o único existente, desde muito interditado, devido às péssimas condições de suas instalações.
            Uma das explicações para essa diferença, e também para outras que poderiam ser oportunamente abordadas, é o fato de a terra de Teixeirinha possuir 160 anos, o dobro, pois, da idade da terra de Serra Lima.
            Não significa que uma seja melhor do que a outra. Cada qual com suas peculiaridades, ambas são cidades que oferecem ótimas condições de vida e muito espaço para os que a elas se integram, dispostos a contribuir para seu progresso. A opção é individual!

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