Por Etelmar Loureiro
- Diário do Rio Doce - 10.05.2018
Sempre
que visito outras localidades, sobretudo as que se parecem com Governador
Valadares, esforço-me para conhecer ao máximo as suas características, na
intenção de estabelecer comparações.
Refiro-me a Passo Fundo, norte do Rio Grande do Sul, onde agora estou.
Fundado
em 1857, esse belo rincão gaúcho possui em torno de 200 mil
habitantes. Situa-se a 290 quilômetros da capital do estado, Porto
Alegre. O clima é tido como temperado, mas, no correr do ano, se divide entre
um verão causticante e um inverno de assustar esquimó.
A
economia local se baseia no agronegócio, no comércio e na prestação de
serviços, com ênfase para os setores de saúde e educação.
Dispõe
de boa infraestrutura de hotéis, lojas de vestuário e eletrodomésticos, bares,
restaurantes, cinemas, teatro, museus, bom shopping Center, além de um
cemitério crematório de alto nível, recurso pouco comum em cidades
interioranas.
Abriga algumas
empresas de grande porte, inclusive uma usina de biodiesel (BSBIOS) e uma
fabricante de máquinas e implementos agrícolas (KHUL), que em muito contribuem
para turbinar a receita tributária.
Considerada polo em
saúde, conta com nove hospitais, inclusive o Hospital São Vicente de Paulo,
considerado a quinta empresa mais rentável dos três estados do Sul, no setor
saúde.
No campo
educacional, há nove instituições de ensino superior, entre elas uma
universidade federal.
A taxa de
analfabetismo da localidade é de 2,18%, bem abaixo da média brasileira, situada
em quase 12%.
Afora todos esses
detalhes, Passo Fundo chama a atenção por apresentar um bom aspecto de limpeza
urbana; ruas, avenidas, praças públicas e passeios bem conservados; afora um
visual arquitetônico que impressiona pela quantidade e boa qualidade de
elevados edifícios residenciais e comerciais.
Passo Fundo e
Valadares têm muito em comum, a começar pela precariedade de seus aeroportos acanhados,
carentes de equipamentos de navegação aérea e de outras melhorias. Além disso,
estão adequadamente localizadas em relação aos pontos com os quais precisam
interagir, são urbanisticamente bem traçadas, progressistas, hospitaleiras e
possuem vasto campo para se desenvolver.
Intrinsecamente,
entretanto, as divergências parecem ser bem maiores do que as convergências.
No
quesito cultura, por exemplo, Passo Fundo se posiciona bem à frente, a ponto de
deter o título de Capital Nacional da Literatura, outorgado por Lei Federal.
Ademais, a cidade possui inúmeras entidades de tradições regionais, inclusive
10 Centro de Tradições Gaúchas.
Enquanto
isso, Valadares, com seus mais de 280 mil habitantes, aguarda há vários anos a
prometida restauração do prédio da antiga Açucareira (Cardo), hoje em ruínas,
onde, só Deus sabe quando, um dia funcionará um Centro de Convenções. Isso sem
falar no Teatro Atiaia, o único existente, desde muito interditado, devido às
péssimas condições de suas instalações.
Uma
das explicações para essa diferença, e também para outras que poderiam ser
oportunamente abordadas, é o fato de a terra de Teixeirinha possuir 160 anos, o
dobro, pois, da idade da terra de Serra Lima.
Não
significa que uma seja melhor do que a outra. Cada qual com suas
peculiaridades, ambas são cidades que oferecem ótimas condições de vida e muito
espaço para os que a elas se integram, dispostos a contribuir para seu
progresso. A opção é individual!
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